domingo, agosto 12, 2012

III Ruta Maritima O Cabaleiro das Cunchas

Não há que duvidar, a Galiza é um penico.

As brumas (Celtas) das Rias Baixas

Porque então insistir em navegar nas Rias Baixas?
Os (sucessivos) planos de água são excelentes, as reentrâncias, baías, abrigos, Rias , como lhes chamar(?), sub-rias(?) de que a de Aldan é exemplo, o regime de ventos,  formam um conjunto de ofertas, para quem gosta de velejar, unicos no Mundo.

Fundeio no Ilhote Arenoso, na Ria de Arosa

Se juntarmos a isto a gastronomia, o ser Galego tão semelhante ao nosso, a musica Celta e as brumas, Celtas também, temos tudo (bem, quase tudo) para umas férias perfeitas. Falta-lhe, para meu gosto, a tempertura das águas, mas, enfim, não se pode ter tudo.

Este ano participei com o Veronique na III Ruta.
Melhoraram muito os do Liceo de Bouzas na organização do evento. Uma peregrinação a Santiago tem sempre uma componente mistica, nem sempre cristã, que me agrada. Das antigas romagens celtas a Fisterra resultou, com a cristianização da peninsula, as romagens ao tumulo do apostolo, dos diversos caminhos, o Português e o Maritimo entre os outros.
Nós, Veronique, entramos já em andamento. Largamos de Biana, a cidade irmã, na terça de madrugada, directos a São Simão, onde chegamos já perto das 1500. (O Veronique, a motor, não passa dos 5 nós, enfim, é um veleiro, não é um motoreiro).
O dia seguinte reservou-nos o melhor vento de toda  a viagem. Navegamos desde Bouzas à Ria de Aldam com um Sudoeste rijo a levar o Veronique aos 8 nósitos (muito bom para um 'quilha corrida' de aço com 10 toneladas).

Sudoeste rijo e o Veronique a 'andar'

Aldam é magnífica.  A meteo aqui também  não ajudou, era suposto fundear e 'fazer horas' para entrar em Sanxenxo, e aproveitar esse facto para dar umas cabeçadas nas águas da Ria. Mas tal não foi possivel, o vento era rijo, a chuva  copiosa e a temperatura, exterior e da água também não convidavam.

Suspendemos (não à emposta, obvio) e rumamos a Sanxenxo. Já lá não amarrava desde 2001 e notei uma grande evolução, está melhor, mais aprazível.

No dia seguinte fomos para a Ria de Arosa. Fundeamos no Arenoso como no ano passado, o tempo para almoçarmos e podermos amarrar em Cabo Cruz.

Ao chegar ao Veronique pela noite, em Cabo Cruz, dei conta de uma garrafa de branco pendurada por fina guita no varandim do veleiro. Era o unico que tinha recebido tal presente.
No dia seguinte de manhã encontrei um cartão de visita no molinete de estibordo, dando-me as boas vindas à Galiza e oferecendo-se para o que fosse preciso, assinava Manuel Otero, da Corunha, e informava que tinha o seu barco
no 'pantalan' atrás do meu.

O cartão de Manuel Otero
Adensavam-se as duvidas, como as brumas que nos acompanharam.
E... fez-se luz.
Percorrendo o tal 'pantalan', estava lá o Vionta, veleiro que solicitou ajuda no inverno passado e que, com o meu primo 
Paulo fui rebocar desde o terminal Norte até ao 'pantalan' da Avela.
Foi bonito.
E a pinga, Alvarinho da marca Orvallo, que, como se sabe, é bom como o melalho.

A sexta feira foi para terrear até Santiago, meditar e botafumar.

O regresso a Bouzas foi debaixo de copioso chuveiro até à Praia da Mangueira (Praia da Barra Norte). Notar que fomos nós, os Lusos do Veronique e do Nagual, que baptizamos o ano passado esta praia como da Mangueira, nome que mereceu fortes rizadas e entusiástico apoio por parte dos nossos Amigos Galegos.

Depois da 'clausura' com o Presidente da Camara de Vigo ainda passamos por Baiona.
Baiona tem um dos dois bares do Universo que são fetiche aos meus olhos, o Peter's no Faial e o Mar e Arte em Baiona.
Mar e Arte

Depois do mais que tradicional Bombay Saphir no Mar e Arte, na madrugada do dia seguinte, rumamos a água lusas já com saudades desta quase inteira semana de Mar e de Vento nas fuças.

O regresso

Para o ano há mais.

(fotografias do Bolha e minhas)

1 comentário:

garina do mar disse...

muito bem!!
boa reportagem ;)
só não fico verde de inveja porque fui esverdeando com as mini reportagens que fui recebendo ao longo da viagem...