quarta-feira, julho 18, 2012

Aqui o Cabotino vai andando

Há quem tenha ataques de caspa, de pulgas ou piolhos, de borbulhas ou, pior, de cabotinismo, de narcisismo e cretinismo.
Eu insiro-me neste ultimo grupo, o que representa muita coisa para um homem só, mas, face à minha avantajada estatura, em termos específicos, até não estou muito mal.
Gostava muito de ter em casa um Caravaggio ou um Murillo, não pelo valor que essas telas possam ter, mas pelo cabotinismo de gostar de as admirar, que as conheço dos museus que fui visitando por essa Europa e não por as encontrar na wikipédia.

Lá estou eu a ter uma recaída de cabotinismo outra vez, tenho de ir ao médico.

Não tenho Caravaggios e Murillos mas, um grande pintor da nossa terra que faz o favor de ser meu Amigo, o Julio Pires, antes de se ausentar para terras de Vera Cruz, atravessou uma fase de exercicios sobre estes dois clássicos e tenho, graças ao meu trabalho, que os paguei,  duas obras dele, variações, ao estilo Julio Pires, sobre Murillo e Caravaggio.

Julio Pires sobre Murillo

Não sendo cópias, longe disso, são trabalhos magnificos, em que o Julio apanhou o essencial dos clássicos, a luz que emana das telas de Caravaggio e a expressão do Pescador de Camarões de Murillo.

Julio Pires sobre Caravaggio

Cabotinismo outra vez e, narcisismo.

Aliás o local onde escrevo estas linhas, também a seu tempo o Boavista Radio Control, tem instalados espelhos nas paredes e no tecto.

Não acreditam ????? Nem eu.

Pois é, reli o Mishima, autor que descobri tardiamente, mas que é uma delicia de se ler.

Qualquer cabotino que se preze lê Mishima. É o meu caso.

Reli, bem, reli só o Tumulto das Ondas. Os outros virão a seguir, se tiver vista para isso, que a idade vai pesando e a vista e o tempo faltando.

(ambas as obras podem ser vistas nas paredes do solar da Boavista e (parafraseando terceiros) ainda levam como brinde um Bushmills).

sexta-feira, julho 13, 2012

A saída dos Portugueses do Indico

Claro que saímos também à força de canhão, às mãos sobretudo dos Holandeses,  depois  de termos perdido a maior parte das nossas forças navais em águas inglesas, integrados na esquadra castelhana, a Invencivel.
Os Holandeses lutavam à época com os espanhois, por força das áreas de influencia comercial, esclavagista, de especiarias e de ouro, praticamente em todo o mundo, e também na europa, nos Paises Baixos. E nós, infelizmente, naquela altura, eramos Espanha.
Mas, para além das questões militares, houve outro motivo, determinante, que ditou o declinio das forças portuguesas no indico, e essa foi uma questão que hoje se diria 'laboral'.
Os Portugueses, e os espanhois também, tinham uma prática, que se manteve quase  até aos nossos dias, de pagamento às tripulações, que era pagar-se a primeira metade no embarque e a segunda metade à chegada.
Os Holandeses, que pagavam mais  que nós, entregavam todo o soldo apenas  à chegada, a quem chegava, claro.
A mortalidade das tripulações, sobretudo nas pernadas finais das viagens, era enorme, o que implicava que os armadores quase não tinham 'despesas com o pessoal', o que fazia com que os produtos transportados pelos Holandeses pudessem ser colocados nos mercados europeus a preços muito mais competitivos que os nossos.
Mais que a bala e o canhão, foi a gestão 'manhosa' dos custos das empresas holandesas que nos arruinaram e tiraram do Indico.

terça-feira, julho 10, 2012

Avela

Circular recebida pelos sócios e emitida pela Direcção da Avela-Associação Aveirense de Vela de Cruzeiro.
(versão anotada)

"...
Exmos Associados



Carta enviada para o jornal publico depois de artigo sobre a lota velha


Um abraço


Paulo Costa
___________________________________


From: avela.direccao@hotmail.com


To: publico@publico.pt


Subject: Lota Velha - Aveiro


Date: Wed, 13 Jun 2012 18:04:36 +0100


Exmos Senhores


Foi com muito agrado que vimos um jornal como o Publico apresentar um artigo sobre a antiga lota de Aveiro e o facto de vir citada a nossa associação leva-nos a escrever-vos este mail.




... A AVELA foi constituída devido á construção da IP5 (1) e á falta de visão para o desporto e turismo náutico na região porque esta obra veio impossibilitar que os veleiros locais e visitantes que acostavam no canal das pirâmides no centro da cidade (2) ficaram impedidos de o fazer. Esta situação veio a trazer a necessidade dos proprietários de veleiros da região de se unirem e criar a Associação Aveirense de Vela de Cruzeiro (AVELA).


Tendo sido assim "empurrado" para a lota velha (3) o clube foi crescendo e actualmente ocupa dois pavilhões da lota velha e, a expensas dos sócios, construiu um pontão que neste momento é o único local disponível para atracação de veleiros de médio porte na região de Aveiro. Só não é de quase todos os tipos de veleiros devido à existência de um cabo de alta tensão (4) que impede a entrada destes como, por exemplo, a escala em Aveiro pela primeira vez do Rally de Portugal, organizado pela prestigiada World Cruising.


Aos poucos este relativo abandono da lota foi animado, durante o dia, pela presença de outros clubes náuticos além do nosso nomeadamente os Galitos (5) e outros, resultado da visão generosa da APA que tem cedido pavilhões para a sua utilização por clubes da cidade de Aveiro. Contudo esta ocupação de uma pequeníssima área da lota e a falta de locais que constituam um atractivo à população para utilizar este espaço, tem como consequência o aparecimento de marginais o que agrava a desertificacao nocturna e com consequente aumento de criminalidade.


Seria a todos os níveis desejável que em acção coordenada o Estado, a Camara de Aveiro, autoridades da Ria de Aveiro e a APA viessem a disponibilizar este espaço à população e aos clubes sendo assim do interesse de todos, população e clubes, que fosse tomada esta decisão porque embora pertença à APA, esta é uma empresa pública.


A entrega/ venda deste terreno a privados cujas características não tem condições atractivas para a construção em altura ou outra, parece-nos que vai coartar a população e visitantes de um espaço de lazer a que tem direito.


Pela Direcção da AVELA


Paulo Pinho Costa




..."

(1) A Avela foi constituída em Outubro de 1989 e a ponte do IP5 referida é de Setembro 1991, dois anos depois.



(2) O canal no centro de Aveiro é o CANAL CENTRAL, o Canal das Pirâmides é o que vai da ponte da Dubadoura, às antigas Pirâmides, hoje às eclusas


(3) As embarcações da Avela estiveram no Canal das Pirâmides até ao Verão de 2001, altura em que foi construída a 1ª fase de actual pontão, na sequencia da II Regata Arcachon-Aveiro, tendo ainda permanecido no Canal das Piramides alguns barcos por mais uns anos


(4) O cabo é de 15 KV, média tensão


(5) A Secção Náutica do Clube dos Galitos foi para o local que actualmente ocupa em 1985, na sequencia da construção das eclusas, numa altura em que a AVELA ainda não existia)

domingo, julho 01, 2012

O Veronique na Costa Nova do Prado


Fotografia da Drª Teresa Cruz Santos, feita hoje de manhã, na largada do NVV Veronique da Marina do CVCN na Costa Nova.

Aditamento:
Mercê da experiência adquirida no Canal de Mira em Janeiro passado, posso, com orgulho, informar que desta vez não tocamos no fundo.
Em contrapartida batemos, à ida, com a antena de VHF na Ponte da Barra, mas sem causar  danos na ponte.