sábado, dezembro 29, 2007

O Ancoradouro de Recreio do Eng Ribau

Que não haja duvidas, a minha posição é de que quantas mais marinas, portos de abrigo e ancoradouros exitirem na Ria melhor, sejam em Ilhavo, Aveiro, Vagos, Murtosa, Estarreja ou Ovar.
Participei em várias reuniões na APA a proposito do "talvez" Porto de Recreio de São Jacinto. A ideia que nos transmitiram foi que o contrato de concessão da Marina da Barra previa uma área de protecção em seu redor, e São Jacinto estava nessa área, o que inviabilizava qualquer iniciativa do genero, salvo se autorizada pelo concessionário, que expressamente, numa dessas reuniões, o declinou.
A Caldeira do Forte vai ter um ancoradouro de recreio. O artigo acima, do Boletim Informativo "Municipio de Ilhavo" de Dezembro de 2007, assim o afirma, podendo ver-se na planta os trapiches do "ancoradouro de recreio" com a construção agora adjudicada.
Acontece que o Caldeiro do Forte fica muito mais perto da Marina da Barra que a baía de São Jacinto, está portanto dentro da tal área de protecção, e, mesmo assim, foi autorizado pela Administração do Porto de Aveiro. Será por ser "Ancoradouro de Recreio" e não Porto de Recreio?!!!
Ponha os olhos nisto Dr Élio, não queira ser como os ovos, moles. As Leis são as mesmas em Aveiro que em Ilhavo, se o eng Ribau pode fazer um ancoradouro na Caldeira do Forte, porque não podemos nós, na baía de São Jacinto, fazer três ancoradouros de recreio, com trapiches e tudo.
As embarcações fundeavam-se atracadas, ou atracavam-se fundeadas, ou lá ou que se quizesse, mas estavam lá.

O NVV Veronique foi às Termas a Baiona






Se bem o prometemos, melhor o fizemos.
Nestes dias 27 e 28, para comemorar dois grandes acontecimentos de alcance mundial, as tripulações do NVV Veronique e do NMZM Voyager foram a águas para Baiona.
Tudo começou num pequeno restaurante cujo nome me recuso a revelar, mas que é em Ponteareas, onde, depois de uns miscaros salteados e umas lulas passadas por ovo, nos serviram uma pescada à Galega de muito luxo e umas costeletas de cabrito deliciosas, tudo acompanhado por um Alvarinho e por um Rioja tinto, de estalo ambos.
Chegados às Termas própriamente ditas, foi a hora duns banhos esquesitos, muito esquesitos, de água salgada a altas pressões, simpáticas porém, que me faziam uma sede maluca.
No fim tive de beber meio copinho de água, diz que era da praxe, mas a muito custo e de olhos fechados, e de um trago para custar menos.
Findas as curas de águas rumámos a Baiona onde, num outro restaurante, cujo nome me recuso a revelar, malhamos umas gambas fritas com alho, a laguillo lhe chamavam, seguido de um variado de marisco onde pontificavam as santolas da ria, deliciosas, os percebes, as ameijoas e as ostras, tudo acompanhado pelo tradicional rioja tinto, de muito luxo.
A tradição nas nossas tripulações sempre será o que foi, e de seguida fomos ao meu Bar Fetiche, o MAR Y ARTE.
Esforçados, lá nos serviram o XIN tónico, um balde de Gordons com um pouquinho de água tónica, em exagero na minha opinião, seguido logo de outros dois, tradição é tradição. Saí de lá com uma xiba, carroça, cabra, de se lhe tirar o chapeu.
No dia seguinte foi a hora das massagens.
Meus amigos, termas são termas, e quem não as quer fazer, fica em casa.
As massagens, executadas por jovens e competentes profissionais, começaram nas pontas dos dedos dos pés até aos cabelos mais altaneiros, passando pelas partes pudibundas que imaginais, mas que tendes vergonha de referir. (aqui o pudor e a esmerada educação impedem-me de relatar na integra o ocorrido. Realato apenas que, ao passar pelas ditas partes...ok, não relato nada).
De regresso a Portugal almoçamos num outro restaurante cujo nome, este mais que todos, me recuso a revelar, nem com tortura o faria.
Serviram nos um robalo cozido com algas, já experimentado pelo amigo Jorge Amado, cuja presença alí era profundamente relatada. A acompanhar, o meu preferido Esteva Tinto.
O robalo mais as algas estavam deliciosas, qual lagosta qual lavagante, aquele robalo foi das coisas mais magnificas que já me passou pelo estreito.
As fotosd ilustrativas são genéricas. Convidei o Bolha para a reportagem mas o tipo baldou-se. Não sabe o que perdeu.

quarta-feira, dezembro 26, 2007

Nicolau Tolentino

Pois é, apesar da Drª Osório, que se esforçava à brava para que a rapaziada, sobretudo a oriunda das classes não ilustradas, detestasse a literatura lusa, a outra também, felizmente que debalde, foram ficando recordações dos textos da Selecta.
De tempos em tempos recolho um, e este é dos que mais me vai alembrando.

"...
O colchão dentro do toucado

Chaves na mão, melena desgrenhada,

Batendo o pé na casa, a Mãe ordena
Que o furtado colchão, fofo e de pena,
A filha o ponha ali ou a criada.

A filha, moça esbelta e aperaltada
Lhe diz co´a doce voz que o ar serena:“
Sumiu-se-lhe um colchão, é forte pena!
Olhe não fique a casa arruinada …”

“Tu respondes assim? Tu zombas disto?
Tu cuidas que, por ter pai embarcado,
Já a mãe não tem mãos?” E dizendo isto,

Arremete-lhe á cara e ao penteado.
Eis senão quando (caso nunca visto)
Sai-lhe o colchão de dentro do toucado

..."

sábado, dezembro 22, 2007

Antónia Rodrigues

Do site http://www.eraumavezemaveiro.com/ a estória abaixo

"....

Antónia Rodrigues: a heroína de Mazagão Entre a riquíssima história que envolve o período da Expansão, pontuada a cada momento por pormenores sui generis, surge a figura de Antónia Rodrigues.

Natural do Bairro da Beira-Mar (como eu), em Aveiro, onde terá nascido em meados do século XVI (os autores apresentam datas divergentes para o seu nascimento balizadas entre 1560/62 e 31 de Março de 1580), esta personagem representa o espírito aventureiro da epopeia marítima portuguesa, para além de reflectir uma tradição medieval da figura feminina travestida. Em suma, estava-se perante uma maria-rapaz.
Filha de Simão Rodrigues, mareante que participara em viagens à Terra Nova, e de Leonor Dias nasceu num agregado numeroso e de parcos recursos. Terá sido, precisamente, a situação económica da família que motivou a sua ida para Lisboa, para casa de uma irmã já casada. Pouco adepta das tarefas caseiras ditas femininas e alvo de tratamento pouco afectuoso, cerca dos seus quinze anos procura um futuro melhor. O seu costume de conversar com os mareantes, junto à Praça da Ribeira, terá alimentado o desejo de partir à descoberta de novos lugares.
Para conseguir o seu intento disfarça-se de homem, cortando os seus cabelos e vestindo-se com roupas que comprara com o rendimento do seu trabalho de costura.A caravela que se preparava para rumar a Mazagão, no Norte de África, baptizada como Nossa Senhora do Socorro ter-lhe-á soado como o sinal de libertação, pelo que apresentando-se sob o nome de António Rodrigues tenta a sua contratação como marinheiro. Ao comandante invoca uma grave situação familiar como justificação plausível para se entregar a tão dura vida. Sobre a sua vida a bordo várias são as versões. Uma delas revela-a como um excelente navegador, nunca dando azo a dúvidas sobre o seu género, outra diz ter provocado problemas com o capitão terminando expulso no final da viagem.Fosse por iniciativa própria ou por imposição, chegado a Mazagão, António deixa a vida de barco e torna-se soldado na fortaleza local revelando-se hábil no manejo das armas e em combate. Será precisamente no serviço militar que alcançará a glória e o heroísmo. Conta-se que terá sabido da intenção de um ataque muçulmano à fortaleza e do seu desejo de destruição das cearas, um dos bens que, por então, Portugal buscava nessas paragens norte africanas, dada a escassez da produção nacional. Dirigindo-se ao governador da fortaleza para lhe revelar o que se congeminava convence-o a conferir-lhe um grupo de soldados que, sob o seu comando, faria frente ao Infiel. A empresa foi bem sucedida e obteve uma vitória marcante ao ponto de António se tornar num herói e ser elevado a oficial do exército (cavaleiro).A sua grande dedicação e o espirito de camaradagem que desenvolveu com os colegas alinhando sempre na diversão nunca fez desconfiar da sua origem. Para o reforçar terá mesmo inspirado paixões às quais fazia por corresponder. A figura atraente que se dizia ter e o comportamento educado alimentavam o mito em torno da sua personagem e abriam-lhe as portas das melhores famílias portuguesas que aí residiam. No entanto, o grande amor que despertou em D. Beatriz de Menezes, filha de D. Diogo de Mendonça, viria a mudar o rumo dos acontecimentos. O seu devaneio terá sido tão grande que a donzela cai enferma por mal de amor, facto que leva o seu pai, em desespero, a concedê-la em casamento a António como forma de a salvar do seu padecimento. Apesar de se tentar escusar com as mais variadas justificações, entre as quais a da sua inferior condição social, António não consegue demover D. Diogo, tão pesaroso que estava pelo definhar da sua filha, chegando mesmo a pedir a intercessão do governador local. Perante este cenário António vê-se forçado a deixar cair a sua máscara e a contar a verdade. O governador ordena-lhe, então, que se vista de acordo com o seu género.Não obstante a peculiaridade e o rocambolesco da situação, Antónia não é condenada, despertando, sim, a curiosidade geral: todos queriam conhecer o grande herói que, afinal, era... uma heroína. De imediato surgem vários pretendentes vindo a casar com um oficial em serviço em Mazagão. Anos mais tarde, já com um filho, terá voltado a Portugal ficando viúva algum tempo depois. A sua fama de herói permaneceria em terras lusas vindo a ser agraciada, pelo Rei D. Filipe II (de Castela), com a quantia de 200 cruzados, para além de receber uma tença no valor de 10.000 réis anuais e uma fanga de farinha por mês. O seu filho viria a tornar-se moço da Real Câmara.
...."

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Meditação transcendental

O nosso Amigo Licas viajou para Katmandu, dizem que por lá há gajas boas.
Mandou nos agora a seguinte missiva, que passo a traduzir:
"...
Dear Friends
Don`t worry, be Happy. Since I have been visiting NEPAL I became an Hindu Prayer. Then you dont need to spend any time praying; I will pray for you and all your desires will became reality. Life is short and it is an obligation to enjoy it. Have fun and drink the best red wine you can!!! Merry Christmas and a fantastic 2008.
Mario Cruz
..."
Tradução:

"...Cambada
Sendo a vida dois dias e o carnaval três, vivam no carnaval.
Vim à boleia à Ponte da Rata e, sem saber como, vim parar ao Nepal.
Como sou vosso amigo, escusam de amoxar a rezar que eu trato disso por vocês. Conheci aqui umas monjas, ainda minhas primas, de estalo.
Bebam vinho e, quando este faltar, bebam mesmo branco.
A Mary Christmas está cada vez melhor e como o marido, o Pai Natal, está velho, é nossa obrigação tratar da saude à senhora.
Um Bom ano, já agora o de 2008.
Mary Cross
..."


segunda-feira, dezembro 17, 2007

II Grande Regata Oceanica Rias Baixas Aveiro

Decorreram, estão neste momento a decorrer, as II Jornadas Luso Galegas, em Aveiro, com a apresentação à Comunicação Social da II Grande Regata Oceânica Caramiñal>Baiona>Povoa>Aveiro.
Da minha parte só fui aos discursos, quando chegou a hora da janta tive de vir trabalhar.
Algumas das fotos, discursos e embarque em moliceiro pelos canais urbanos de Aveiro até ao Restaurante. (eu comi uma sandocha a caminho da fábrica)

terça-feira, dezembro 04, 2007

Christophe outra vez


Há tudo cheio de tempo que não tinhamos noticias dele.
Aqui vai a carta e uma das fotos:
"...
CARTAGENA DE INDIA...

Cinq pages du calendrier se sont tournées déjà, et alors que nos étraves pointent déjà vers ailleurs, nos souvenirs s'organisent à vous conter Carthagène...
Après tant de turquoise et de sable blanc sous ses quilles, c'est un bout de ponton à l'agonie qui accueille notre valeureux Téou et son équipage incomplet. Marina quand tu nous tient... Le compte à rebours commence, il faut apprivoiser cette nouvelle vie citadine dans l'attente du nouveau membre d'équipage prévu mi-juillet. Pas le temps de chômer, il nous faut silloner la ville à la recherche d'un toubib compétent, d'une clinique équipée, bref d'un lieu "adapté" ( à défaut d' "idéal" ) à cette naissance outre-atlantique. Une semaine fut nécessaire pour régler ces détails administratifs prompts à nous allèger de quelques centaines de grammes de billets verts, et nous pénètrons alors dans une vie moite et passive, entre tourisme et ventilateurs...

Mi-belle, mi-laide, Carthagène est comme l'arrière boutique d'un anthiquaire sans âge. Derrière une vitrine encombrée et poussièreuse se cache un trésor...
Mi-riche, mi-pauvre, sa misère bien camouflée par des authorités bienveillantes, Carthagène est une ville où il fait bon vivre en touriste pas trop curieux. A portée de pieds, et bien à l'abri derrière d'épais remparts qui narguent l'océan, des ruelles étroites et escarpées nous font remonter le temps. Sur des tons ocres et jaune-orangés, des maisons à deux étages et aux balcons de bois fleuris se serrent les unes contre les autres, laissant peu de place a de minuscules trottoirs qui bordent le pavé... On y verrait presque déambuler les frous-frous des jupons colorés des danseuses de Séville...
A défaut de castagnettes, c'est le pas des chevaux qu'on entend, car la vieille ville est fermée aux voitures pour mieux promener le touriste en cariole d'époque.... Enfin presque, car tout de même les taxis y ont accès. Signes distinctifs: une couleur jaune canari et leur joujou favori après Dieu et les femmes : le klaxon ! Pour racoler le client, aborder une fille où éviter de se faire couper en deux par un plus fou que soi, le klaxon résonne à toute heure du jour et de la nuit, c'est une institution ! Mais de la voiture déglinguée au modèle électrique dernier cri, chaque trajet nous offre la compagnie de chauffards... euh pardon, de chauffeurs toutefois charmants et cultivés.
Revenons à nos arcades... Après l'heure chaude, on flâne. Les boutiques nous rappellent que Botero est l'enfant du pays, non las d'être copié et recopié en masse tant ses personnages jouflus ont du succès. La célèbre "gorda Gertrudis" ( la "grosse Gertrude") se prélasse sur son socle alors que les terrasses alentours servent de fraîches bières "Aguila" aux touristes assoifés : le soleil est de plomb, le mercure affiche 35°- 40°C permanent de 9h à 17h... Carthagène se mérite ! Heureusement elle ne manque pas de petites places ombragées et ses robustes bâtisses aux murs épais et portes voutées gardent la fraîcheur.
Des palmiers dans chaque cour, des cours dans chaque maison, et pour les plus belles d'entre elles de fines boiseries minutieusement sculptées ornant chaques colonnes, Carthagène peut inspirer bien des poètes, charmer bien des peintres. Mais ceux-ci doivent se lever tôt ! car sitôt le café avalé, les vendeurs de babioles, T-shirt "i love cartagena" ou souvenirs en tout genre vous guettent à chaque coin de rue, rompant quelque peu le charme de l'instant.... Mais bon, que dire, ils ne sont pas trop insistants, et pour peu qu'on leur accorde un sourire leur bonne humeur efface toute rancoeur !
Pour Timery, Carthagène restera la "place aux pigeons" où, sur le parvis d'une belle église, sont copieusement nourris chaque jour des centaines de ces volatiles dodus et peu farouches, répondant au doux nom de "paloma". Le petit vieux qui vend des sachets de maïs à cet effet est définitivement collé au décor, veillant consciencieusement sur ses petits protégés. Il leur assure la pitance.......et vice-versa !
Au rythme des mariages, des premières communions où des promenades du dimanche, c'est un rendez-vous typiquement Colombien. Les enfants s'en donnent à coeur joie, et Timery peut à loisir y observer d'autres individus de sa taille !
Mais l'heure passe, les sabots des chevaux s'affolent, la nuit tombe et c'est l'heure de rejoindre l'autre Carthagène, celle où l'on vit, celle où l'on dort, celle où l'on traverse la route avec un torticoli garanti à l'arrivée tant il faut viser juste pour sa survie...
De l'autre côté des remparts, ça grouille. Une grande statue de l' "indienne indigène" veille sur la fourmilière humaine qui vend, bricole, marchande, troque, chaparde à l'occasion... C'est déjà plus coloré, on y trouve de tout ou on y perd tout, à chacun de voir....
Pour les gringos que nous sommes ( hé oui, rien à faire, c'est bien marqué sur nos gueules et nos centimètres ! ), les fruits et légumes subissent soudain une inflation galopante; il faut vite dégainer nos trois mots d'espagnol et un sourire éclatant pour que nos bourreaux se détendent, et dans une franche rigolade on repart ami, avec nos avocats et nos mangues sous le bras qui valent bien la petite pluvalue qu'on aura quand même du leur ceder.
Difficile de leur en vouloir ! Contrairement aux autres pays d'Amerique du sud, voire même aux autres villes de Colombie, la vie est très chère à Carthagène. La classe moyenne est quasi inexistante: tu es riche, ou tu es pauvre. Tu vis, ou tu survis. Le salaire minimum d'un ouvrier en bâtiment s'élève à 14 000 pesos jour, soit environs 7 USD, soit le prix d'un camembert en boite au supermarché du coin, à 200 mètres de la marina !!! Le contraste est de taille, et curieusement tout le monde s'en accomode, "asi es"...
Pour le Carthagènois, le passé semble n'avoir pas plus de valeur que l'avenir, vivre au présent est déjà suffisament compliqué. Alors dansons !
Et résonne la musique, et coule la bière, et tournent les dames, ..... et blanches sont nos nuits !!! Moustiques, bateaux-disco, gratteurs de guitare inspirés du petit matin, ou bandes de joyeux lurons de retour de boite auront largement contribué à nous creuser les cernes, abrutir nos esprits et envoyer nos corps se vautrer chaque zenith dans la ô combien délicieusement grande banquette du carré !
Pourtant, il y a dans cette baie bourdonnante moins d'habitants que n'en laisse paraître le décor : des édifices de plus en plus hauts et de plus en plus luxueux sortent de terre après chaque pluie, venant s'aligner aux autres plus vieux, plus abandonnés... Beaucoup sont vides, ou construits trop à la hâte, si bien qu'un jour, un "culo de pollo" ( coup de vent typique à Carthagène durant la saison des pluies pouvant atteindre 40-50 knots en quelques minutes ) suffit à mettre un terme définitif à l'avenir de l'un d'entre eux, lui faisant prendre 10° de gîte en une seule nuit ! Mais derrière cette vilaine armée de buildings gâtant le paysage demeure un esprit de village-campagne où "si l'on ne connait pas ta vie, chacun se l'invente" ( citation:Yoli, pure Carthagènoise ).
Tout ces logements sont donc bien réservés au tourisme, la hauteur des loyers se charge de la sélection.
Les plages de Boca Grande sont effectivement combles les fins de semaines. Le sable est noir, on slalome entre les capsules et les mégots pour rejoindre le bord de l'eau mais l'ambiance est bon enfant. On s'y retrouve en famille, ou entre amis, pour y manger et boire tandis que les enfants sautent dans les vagues... Arrive alors le défilé de vendeurs ambulants: boissons, paréos, glaces, ballons, bijoux, souvenirs, ... tout y passe, on fait non de la tête en cadence, la musique à fond des paillotes nous aident à tenir le rythme. Puis on s'échappe dans l'eau chaude pour mieux apprécier le spectacle... Du typique, du pur, du vrai !
Nous retrouvons là souvent une famille Colombienne que nous avons connu aux San Blas. Timery ne jure plus que par ses nouveaux copains et la piscine du bas de leur immeuble !! Elle y trouva aussi un chaleureux accueil lorsque bébé Antonin commença à cogner à la porte de sortie, un certain 16 juillet vers 1h 30 du matin... Ce souvenir mêlé à tant d'autres bons moments passés ensemble en font de grands amis qui nous furent d'une aide précieuse et nous aidèrent à mieux connaître et comprendre la complexité de cette ville hors du commun.
Boca Grande se situe de l'autre côté de la baie. Du mouillage où sont ancrés les bateaux, on débarque en annexe au "club nautico", l'une des deux marinas de la ville. C'est Manga, quartier ainsi nommé car autrefois poussaient des manguiers de toutes part... Nous y avons passé presque deux mois, à attendre et à se remettre de la naissance d'Antonin (pour ceux qui veulent en savoir plus à ce propos, allez sur notre blog : www.catateou.travelblog.fr).
Une patronne lunatique, un billard, un bar presque toujours en rupture de stock et un personnel affable... pardon, adorable en font un lieu décontracté ( on pèse nos mots ! ) qui en auront enraciné plus d'un !
Quartier résidentiel, les immeubles sont moins haut et une allée piétonne borde le plan d'eau. De 4h du matin à minuit on y marche, on joggue, on s'y étend sur les pontons de la ville ou on y promène ses enfants... ça respire la tranquillité et la douceur de vivre.
En fin d'après-midi, cela devient le rendez-vous des "muchachas" (soit "femme à tout faire", "nounou", "bonnes", "gouvernantes" etc... au choix, selon les employeurs...). Elles sortent les chiens, promènent des bambins ou vont aux courses, les muchachas sont employées dans des familles pour y vivre et y travailler, souvent à vie. Signe extèrieur de richesse, certaines familles en ont deux ou trois, selon les besoins (ou les envies ). On les voit au restaurant, dans les salles d'attente des pédiatres, au supermarché..
Invitée à un anniversaire, Timery se retrouva un jour au milieu d'une quinzaine d'enfants......et d'une quinzaine de muchachas !!! La scène avait son cachet, mais rien de plus normal en Colombie. C'est culturel, comme ce le fut en France il n'y a pas si longtemps encore !
Carthagène c'est aussi le royaume des couronnes... Celles qui attirent les mâchoires du monde entier ! Vous pouvez allier l'utile à l'agréable et vous faire refaire le portail tout en faisant du tourisme, les dentistes ici sont réputés et votre portefeuille ne souffrira point d'anorexie. Nous en avons bien évidement profité pour nous remettre en état, on ne badine pas avec les dents lorsqu'on vit sur l'océan...
D'ailleurs, les jours passent et nous rêvons d'un bain de mer. Antonin a déjà fêté ses 1 mois et l'arrivée à bord de nos familles respectives devient l'alibi parfait pour s'échapper du brouhaha de la ville. Cap aux îles Rosario et San Bernardo, à 20 et 40 milles de Carthagène.
Nos passagers purent se baigner et se régaler de crabes et langoustes alors que l'équipage retrouvait avec délice la saveur d'un camembert, le parfum d'un saucisson... Aux auteurs et porteurs de ces goùts oubliés, Merci !!!
A San Bernardo, nous faisons la connaissance d'un couple atypique tenant une posada construite de leurs mains sur la pointe de l'île. Une halte interressante, vous pouvez vous envoler un instant vers ce petit bout du monde: www.hotelpuntanorte.com
Timery est ravie, elle fait en deux mois la connaissance d'une tante, d'un grand-père et de deux grand-mères... Autant de personnes attentionnées qui s'occupent d'elle et l'aident à vivre au quotidien l'arrivée de ce nouvel "intrus" dans la famille...
Antonin fête ses trois mois, l'équipage trépigne, ça sent le départ.
Une dernière escapade en ville, quelques pas sur les remparts, une glace avec les amis et on rentre au bateau, à l'heure où les chaises sortent sur les pas de porte. C'est l'heure du domino....et d'un dernier verre au club Nautico avec les copains de passage avant de rejoindre le bord.
Au petit matin, après une pluie diluvienne, l'ancre retrouve son balcon, salut les amis !
Nous gardons de ce passage à Carthagène le souvenir de l'extrème gentillesse des gens, leur accueil chaleureux. Nous y avons rencontré des gens ouverts, cultivés, généreux. Nous avons été reçu dans leurs maisons, dans leurs familles, à leurs tables...
On est pas fâché de partir, avouons le, notre vie est ailleurs. Mais nous savons qu'une partie de nous reste là, liée à cette ville où Antonin vit le jour dans la bonne humeur de la nuit...


...Une semaine après, il pleuvait encore.


...."

O seu a seu dono

Comentário Anónimo neste blog:
"....
...E já agora, aproveita para mencionar,lá no canto superior direito da página de abertura,que as palavras que adornam o "Acerca de mim" são da Sophia de Mello Breyner.O seu a seu dono...
...."
Nunca me passou pela cabeça que não identificassem as frases que uso nos cabeçalhos do meu blog.
Mas, como tal pode passar por mentes ou mais maldosas ou menos conhecedoras, aqui vai:

"Quando eu morrer voltarei para buscar / Os instantes que não vivi junto do mar...", Sophia de Mello Breiner Andersen, "Livro Sexto", Inscrição;

"Pois nós que brigamos com o Mar, oito a dez dias a fio numa tormenta, de Aveiro a Lisboa, e estes que brigam uma tarde com um toiro, qual é que tem mais força...", Almeida Garreth em "Viagens na Minha Terra" , episódio de "Os Ilhavos e os Campinos";

"Ide-vos foder ..." Manuel da Pampilhosa e João Madail Veiga em váriadissimas situações.

PHOENIX

Lembra o NVV Veronique a entrar a Barra de Aveiro no ultimo Cruzeiro à Berlenga, embora apenas durante dois ou três minutos, ou o NVR Volare a atravessar impante o Mar da Palha.
E as Valquirias vão a matar.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

II Grande Regata Oceânica Baiona Povoa Aveiro - 3

Vai decorrer em Aveiro, no próximo dia 21 de Dezembro, a 2ª parte das Jornadas Náuticas Luso-Galegas, que culminarão com a apresentação oficial da II GRANDE REGATA OCEÂNICA BAIONA POVOA AVEIRO, cujo programa reduzido foi já apresentado pelo Ventosga no post anterior.

A 1ª parte das Jornadas decorreu, como noticiado pelo Ventosga, em Nigran, na Galiza, na passada semana.

Contarão estas jornadas com a participação das Autoridades Lusas e Galegas que, desde a primeira hora, têm apoiado esta jornada de confraternização náutica entre os dois Povos.

II Grande Regata Baiona Povoa Aveiro - 2

Está definido o programa da Segunda Edição da Regata Baiona Aveiro:
Dia 2 de Maio
Pernada Camariñal (Ria de Arosa) >Baiona
Dia 3 de Maio
Pernada Baiona > Povoa de Varzim
Dia 10 de Maio
Pernada Povoa de Varzim > Aveiro

O programa social será a condizer com a tradição da Avela e prevê-se de categoria superior.
O Desportivo também, avisando desde já que não é só o Pardal que vai correr com aparelho novo, o NVV Veronique também se está a apetrechar para esta Grande Regata Oceânica, tendo já mesmo marcado treinos para o Mar da Palha e para os melhores restaurantes Galegos.

Convocam-se todos os Nautas, Lusos e Galegos(*), para a maior Regata Oceânica do Norte da Peninsula.

(*) Mouros, campinos e bandarilheiros são de igual modo benvindos.

sábado, dezembro 01, 2007

VIVA P O R T U G A L

Portugal é uma nação muito antes de Espanha.
O atrasado mental do Sebastião foi jogar fora, no terreno do mouro, com a cabeça feita pela padralhada, no 'aumento da fé'.
O resultado foi que se lixou, o tio Filipe e os castelhanos vieram por aí abaixo e tomaram conta do torrrãozinho, e tivemos sessenta anos de opressão.
Há 567 anos, bons Portugueses mandaram-nos, aos castelhanos, com o rabo entre as pernas, para Madrid.
A Ibéria continuava a ser uma peninsula de Nações, plural, porque os Lusos assim o quizeram.

VIVA PORTUGAL.

(Vivam também a Galiza, a Catalunha e o País Basco)