segunda-feira, junho 21, 2010

Há sempre uma segunda vez

A primeira foi em 2001, da Corunha para a Biscaia. Depois de seis horas quase sem sair do sitio onde estavamos, tomei a decisão de dar meia volta e regressar à Corunha.
A segunda foi ontem.
O vento era de força seis, o Mar chegava aos quatro metros, às vezes mais.
Duas hora a navegar Mar adentro, nos 310ºv, vela grande no segundo rizo e estai pequeno envergado, chegamos a 9 milhas do Cabo Mondego, bordo para Aveiro nos 28ºv e...dois nósitos de progressão, abatimento quilhado, dez minutos depois já estava aproado a Quiaios em vez da Barra de Aveiro.
Naquele ritmo chegariamos a Aveiro lá para as dez da noite, e era meio dia e meia a hora que marcava o relógio.
O material rangia, o que num barco de aço é de cuidar, as ondas passavam por cima do casco e espumavam no guarda patrão, o reflector de radar, inutil mas com ausência a dar direito a coima, numa rajada mais rija voou e só o vimos a passar ao lado.

O Veronique, nas suas dez toneladas, assemelhava-se a uma máquina de lavar roupa, das antigas. Tudo andava aos baldões.
Impunha-se a decisão de voltar à Figueira da Foz.
Foi o que fizemos.
Duas horitas depois estavamos a malhar um rodiziosito de marisco na Rosa Amélia.
É que para apanhar porrada apanho em casa e na empresa.
Essa é que é essa.


PS: Notícia de ultima hora dos jornais, ontem, no mesmo Mar, cinco 'galegueiros' naufragaram. Um foi recolhido por um barco de pesca, 19 horas depois do naufrágio. Os outros 4 estão desaparecidos, dez milhas Mar Adentro.

2 comentários:

CELTA MORGANA disse...

São estas (boas) decisões, que dão o ser "bom comandante".

João Manuel Rodrigues disse...

Pois, o gajo tava bruto...

João