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Grande jornada de saúde esta no Alto Minho, onde existem, juntamente com a Galiza, as melhores termas do Mundo, quiçá mesmo as melhores de Portugal e da Galiza.
Tudo começou ainda na Boavista com um leitãozinho assado do Travassos, que morreu logo alí, com uma diamante negro bruto, fresquinha, que dava vida a um morto.
A sesta impediu a viagem nesse dia para o Norte, mas não se perdeu pela demora.
O almoço no dia seguinte foi na estância termal da Mariana, com o tradicional robalo cozido com algas, uma Esteva tinto que me soube pela vida.
A noite, em Ponteareas, trouxe um variado de tapas, presunto, polvo à Galega, míscaros, que aqueles tipos chama setas, assados na chapa, revueltos de gambas, queijos vários, que só podem fazer bem, umas gambinhas com alho e mais uns quantos que já nem me lembra bem o que eram.E, como o Mundo é pequeno, imagine-se que a recepcionista do Hotel onde pernoitamos há lustres, faz parte da tripulação do Pepe, el Pirata Camelin, companheiro de aventuras náuticas por essas Rias afora
O dia da Restauração chegou e bebi meio copinho de água de Mondariz , tratamento assaz violento, mas que, enfim, tem de ser seguido.
No regresso foi o Encanada, com umas papas de sarrabulho, um arroz de sangue de porco com rojões desfiados, uma travessa de enchidos de sangue e um verdasco tinto fresquinho.
Foi como se não houvesse amanhã.
Ahhh, já me esquecia, no sábado o Fernando Dacosta lançou um livro novo, os Mal Amados, e tive pena de não poder estar presente.
Foi o Fernando Dacosta que me introduziu um autor indispensável, o Américo Guerreiro de Sousa, o meu escritor português contemporâneo de eleição.
Tive pena de não ir, mas a saúde impunha-me umas termasinhas, e com a saúde não se brinca.