domingo, novembro 26, 2017

A História verdadeira do Motim nº 3 a bordo do Gracioso Veleiro

Corria o ano da graça de 2003 e navegava o Veronique, célere com o vento, rumo à ilha mágica da Berlenga.
O vento estava de feição e a viagem foi toda, quase toda, vá, feita à vela, de noite, com as luzes de navegação, de incandescência à época, ligadas, e com declamações de poesia mariítima pelo VHF, como era saudável hábito naqueles remotos tempos.
Pelo través da Nazaré, tendo faltado o vento, decidiu-se ligar a máquina. 
Horror, a bateria do motor de arranque estava morta.
Tamanha imprevidência, de que o comandante era o natural responsável, suscitou da parte da tripulação as mais violentas criticas, injustas para o seu BAS (Bem Amado Skipper).
Resolvido tecnicamente o problema, continuou-se a viagem, não sem o bichinho do motim deixar de estar latente naquelas mentes doentias e revolucionárias.
Em Peniche, e como o BAS tinha alguns compromissos em Fátima, não de devoção religiosa, mas de reencontro com antigos colegas de Republica coimbrã, deixei momentaneamente a embarcação entregue ao first mate, Fletcher Christian Pargana.
Má decisão minha pois, pouco depois, a tripulação, instigada pelo first mate, amotinou-se, tendo designado este por MBAS, Mais Bem Amado Skipper.
Em Fátima foi constituída a Comissão para a Canonizção da Beata Sãozinha, nossa estalajadeira em Coimbra, anteriormente beatificada, mas infeliz e injustamente ainda não canonizada.
Apesar dos insistentes abaixo assinados, petições,  descrição dos muitos milagres a ela atribuídos, o Vaticano ainda não atendeu as nossas solicitações.
Justificava-se assim, plenamente, a minha breve ausência da embarcação.
Regressado, rapidamente retomei o comando, destituindo toda a tripulação dos postos a que abusivamente se arvorou, e tomando para mim o posto de MMMMMBAS, Mais, Mas Mesmo Muito Mais Bem Amado Skipper.
Em baixo as provas, fac similadas do Diário de Bordo do gracioso veleiro.













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