quinta-feira, novembro 10, 2011

Arte de Talma

Peça de Teatro em UM Acto.
Actores:
Eu, ateu incorrigivel, em vestes longas de penitente;
O Grande Arquitecto, de avental,  longas barbas e uma espada na mão.

O pano sobe aos soluços.
Eu: É pá, ganda seca aqui no Paraíso (não é certamente Portugal), não há tascaquinhas, não há gajas boas, só padres...
O Grande Arquitecto (daqui para a frente GA): E tu que fazes aqui ?
Eu: Não sei Pá, estava a atravessar uma rua, olhei para a esquerda e o sacana do carro veio da direita.
GA: Não digas palavrões, aqui ninguém diz palavrões.
EU: Ok ok, não digo Pá (notem o pormenor do  P maiusculo neste diálogo)
GA: Vou atirar contra a Terra um calhau com 400 metros de diametro, no mínimo,  e vou liquidar aquela gajada toda, já me andam a chatear.
EU: Oh GA, não faças isso Pá, ainda lá tenho uns copitos para malhar.
GA: Vou e é já, olha agora.
O GA arremessa um calhau enorme contra a Terra, o U2005, que, com a velocidade celeste que se imagina, certamente mais de 5 nós, corre contra o planeta azul.
Mas o GA, às vezes, poucas, também se engana e o calhau, o U2005, passa a 320.000 km da Terra.
GA com voz tronitruante: FODA-SE, FALHEI....

O pano cai de uma só vez, depressa e envergonhado.

2 comentários:

João Manuel Rodrigues disse...

Bravoooo, bravoooo!!!!!!!

Anónimo disse...

Com um nivel muito mais alto e imaginativo do que muitas companhias teatrais subsidiadas.
Porque não um teatro na Boavista ?
CPF