Há uns anos publiquei no Ventosga Velho o texto abaixo, da Drª Luisa Rosa, ribatejana de Benavente e médica em Coimbra, e que vem agora de novo a talho de foice.
"...
Juntando algumas das pedrinhas soltas da nossa conversa de hoje e pensando naquela tua imagem de estares despido sem o teu barco, e sem rumo fora do mar….recordei uma história que ouvi contar ao meu pai, naqueles tempos em que a juventude me permitia que as histórias ficassem na memória...dizia ele que um dia lhe entrou pelo gabinete lá nos Açores , o amigo Damião, conhecera-o anos antes, nos tempos em que ele esteve a trabalhar na nossa terra, e o inesperado daquele reencontro.... agora com a situação invertida, era o ribatejano que se encontrava deslocado naquela linda ilha no meio do oceano, lá na terra dele, e o açoreano não podia estar mais espantado dizendo com aquele sotaque tão peculiar:
–“É homem então você está cá?”
E foi nessa altura que lhe confessou as saudades que, perdido lá no meio de tanta terra, lá no Ribatejo, sentia da sua ilha e sobretudo daquele Mar imenso ...e na altura em que as chuvas de inverno faziam subir as águas do rio e os campos ficavam inundados,...aí ele ia para cima da ponte e sentia que respirava melhor rodeado de toda aquela água que cobria a planura da lezíria, aquela água a perder de vista...e assim recuperava um pouco as forças para continuar ..longe ...era o que de mais parecido encontrava com a imensidão do seu mar.
21 de Dezembro de 2004
Luisa Rosa
..."
1 comentário:
Oh...Mas isso era antes de haver a A1. Agora, ao Ribatejano d'Áuga Doce que queira ir ao mar de mais não precisa que de um par de camaradas porreiros que tenham um barco grande no Mar Oceano, ou num rio d'Áuga Salgada também chamado de Ria, de uns trocos de gasóleo e portagem e de um fim-de-semana livre :)
Já agora e a sério, o texto é de algum livro?
Pedro Cabral
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