terça-feira, dezembro 30, 2025

A Saga do Feijão Encarnado

 

Um dia, então jovem e promissor engenheiro da RR, uns estagiários de Arouca apostaram  comigo que não conseguiria atravessar a serra  Freita de Arouca para S Pedro do Sul.

Aceite a aposta, fizemos não uma mas várias travessias, com estórias deliciosas, que contarei uma ou outra vez.

 

O meu acervo fotográfico serrano é muito menor que o oceânico.

Pelas "pens" do meu refúgio musico-livristico aqui da Costa sou capaz de encontrar mais .

Hoje vou contar-vos o episódio do "feijão encarnado".

Quando atravessávamos a serra da Freita entre Vale de Cambra ou Arouca e as termas de São Pedro do Sul, pernoitávamos no Alto de Chãs, numas velhas minas de volfrâmio, abandonadas há muito.

Notava-se um período áureo passado, as casas ao lado dos pavilhões do volfrâmio estavam ainda bem arranjadas e algumas tinham mesmo caramanchões. Da primeira vez que lá passamos ainda dormi numa cama de ferro com colchão de palha. Da vez a seguir já tudo tinha sido vandalizado e dormimos no chão.

O nosso jantar eram latas de conserva que abríamos e aquecíamos num fogo que fazíamos.

Duma vez fomos acompanhados por um colega e amigo, novo naquelas andanças. Perguntou-nos o que devia levar para o jantar, recomendamos-lhe umas latas de feijoada, que era o que nós também levaríamos.

Quando à noite nos sentávamos à volta do fogo com as nossas latas de feijoada, o nosso amigo debutante perguntou-nos se as nossas latas tinham carne, queixou-se que a dele só tinha feijão.

Verificada a questão, viu-se que tinha comprado uma lata de feijão encarnado, ENCARNADO, isto é, encarnado deveria ter carne.

Ainda hoje, tantos anos depois, nos rimos e brincamos com o episódio do feijão ENCARNADO.

Sem comentários: