terça-feira, setembro 29, 2009

Agora é tarde, Inês é morta...

Do JN de hoje, reproduzo a noticia abaixo.
Então só agora é que deram conta que andar à noite na Ria, e com nevoeiro cerrado (às dez da manhã ainda a visibilidade era de pouco mais de 20 metros - ver foto abaixo), e sem radar, e a velocidade excessiva, é uma actividade de alto risco, sobretudo quando se põe em risco as vidas dos outros????

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Foto JN/Nuno Alegria


Empresa suspende táxis na ria à noite

JOÃO PAULO COSTA
A "Alquimia do Mar", empresa proprietária de um dos barcos envolvidos no acidente na ria de Aveiro que ontem provocou três mortos, vai suspender os táxis marítimos durante a noite e em situações de nevoeiro intenso.
Foi nestas circunstâncias que, na madrugada de domingo, dois barcos colidiram à entrada da baía de S.Jacinto, provocando o falecimento de três pessoas, uma criança de 11 anos e dois homens, de 41 e 65 anos.
Diogo Pires, gerente da "Alquimia do Mar", lamentou a morte de três dos tripulantes do barco "Vera e Cristiana" que transportava pescadores para os molhes da ria. O barco "Alquimia do Mar" colidiu com o "Vera e Cristiana" devido a causas que o inquérito vai apurar. Ontem, a Capitania entregou o processo ao Ministério Público, que pedirá a um organismo, provavelmente à Polícia Marítima, para apurar as causas do acidente para eventual acusação.
O gerente da "Alquimia do Mar" considera que foi o nevoeiro que mais contribuiu para o acidente mas aguarda pelas conclusões do inquérito. Diogo já falou com o mestre do "Alquimia do Mar" e mantém a ideia que o barco conduzido por Manuel Silva, que trazia dois pescadores da Barra) não ia com excesso de velocidade, como referiram passageiros do "Vera e Cristiana" e, também, a proprietária do barco.
O JN não conseguiu falar com Manuel Silva. "Continua em estado de choque, para alguém que tem 49 anos de experiência de mar, esta é uma situação impensável", justifica Diogo. O gerente acredita que Manuel confundiu luzes. "A bóia luminosa que sinaliza a entrada na baía de S. Jacinto é verde, a mesma cor da luz de presença do lado direito dos barcos. O nosso mestre poderá ter confundido a luz do 'Vera e Cristina' com a da bóia e não parou".
Diogo admite que por vezes pode haver alguns excessos devido à "pressão" dos pescadores, "não querem perder tempo e se não há um táxi disponível começam a pressionar o mestre".
Há duas empresas de taxis-marítimos em S. Jacinto. Cada uma tem dois barcos. Nos fins de semana de Verão chegam a transportar 200 pessoas por dia.
Relativamente ao facto dos tripulantes não estarem a usar coletes de salvação, o comandante da Capitania de Aveiro, Coelho Gil, reafirmou, ontem, a não obrigatoriedade do uso dos coletes neste tipo de embarcações. "A lei apenas obriga à existência de coletes para todos os passageiros", explicou ao JN.
Diogo considera que neste caso, se os pescadores estivesses com coletes, "haveria mais mortos". "Não teriam conseguido sair da caixa de ar provocado pelo barco ao contrário e teriam morrido com o derrame de gasolina nessa zona", explicou.

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2 comentários:

Laurus nobilis disse...

A lógica do facilitismo e do só acontece aos outros, tipo: "a distância é curta... não vale a pena pôr o cinto de segurança", impera! Cambada de inconscientes!

Pedro Galante disse...

Sempre ouvi falar de um menino e não de uma menina. Ainda ontem questionei um amigo que morava perto de uma das pessoas que faleceu, dizendo-me que era um menino...