De pé Oh Gentes da Ria.....
Do JN de hoje:
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Piscicultores podem abandonar a ria
Licínia Girão
Os piscicultores da ria de Aveiro dizem que com a aplicação das novas regras impostas pelo Ministério do Ambiente, a reprodução e apanha de amêijoa se torna impraticável.
Por cada quilo de amêijoa que vendiam a um euro, têm agora de gastar cerca de dois euros. Já não criavam amêijoa fina, que vendiam aproximadamente a 30 euros por quilo, por causa dos roubos e da pesca clandestina que afectava o negócio.
Se o Governo avançar com novas taxas afirmam que só lhes resta abandonar a actividade.
Os piscicultores pagavam até agora à Administração do Porto de Aveiro (APA) um cêntimo por metro quadrado da área que exploram. Com a passagem da jurisdição de alguns espaços da Ria para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Centro (CCDR) terão de pagar a esta as novas taxas impostas pelo Ministério do Ambiente e que chegam a cinco vezes mais.
Os criadores consideram estes valores "absolutamente irrealistas e absurdos".
Em causa não estão só os aumentos sobre a exploração no leito de água propriamente dito, mas de taxas muito mais inflaccionados para as infra-estruturas de apoio e que podem chegar aos 12 mil por cento.
"Se abandonarmos a actividade, aquele que é considerado o melhor habitat da Europa para a reprodução de amêijoa e ostras ficará "de vez abandonado".
A indignação manifestada nos últimos dias pelos utilizadores da Ria - que têm vindo a receber cartas da CCDRC onde lhe é pedido que renovem o alvará e se sujeitem a pagar os valores a que forem taxados sem que lhes seja dada a informação dos montantes - levou os autarcas da região a pedirem uma reunião de urgência ao ministro Francisco Nunes Correia.
Os dirigentes de clubes náuticos enviaram ontem uma exposição para o governante com o propósito de o alertar para o facto de que, com estes valores, as actividades piscatórias, lúdicas, desportivas e recreativas acabarão na Ria.
Dizem-se conscientes de que só se pode tratar de um lapso, mas pedem explicações, até porque existem casos em que num espaço de meia dúzia de metros uns pagam à APA os valores até aqui cobrados e os outros à CCDRC as novas taxas.
Apesar dos contactos, o JN não conseguiu ontem falar com os responsáveis do Ministério do Ambiente sobre o assunto.
..."
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