sexta-feira, dezembro 14, 2012

On the road

(Je ne lis pas, je relis)
Quando gosto muito de um livro compro-o várias vezes, em diferentes edições.
É o caso do On the Road,  do Kerouak.
Esta é, contudo, a primeira edição deste livro que adquiro em inglês.
Chegou-me hoje pela Amazon e vai ser a minha curtição nova das próximas semanas.
Na medida da leitura vou acrescentando paragrafos e este post, se para tanto me ajudar o engenho e arte.

quinta-feira, agosto 30, 2012

Fernão de Oliveira


Fernão de Oliveira terá nascido em Aveiro.  Digo terá porque de certo sabe-se que foi baptizado em Gestosa, Santa Comba Dão, que os pais eram de Aveiro e que ele, em criança, por estas bandas viveu, no Convento de São Domingos, tendo depois transitado para Évora, para convento da mesma ordem.
O Professor Francisco Contente Domingues sustenta Gestosa, bispado de Coimbra, mas o próprio Fernão de Oliveira, no processo do Santo Oficio, refere:"...Aveiro é o lugar onde me geraram meus pais, da ordem de cavalaria, de costumes modestos e fortuna vulgar; mas o recem- nascido soltou os primeiros vagidos na Gestosa.." (1)


Ordenou-se padre e tem, entre outras, duas obras que já estudei.


Digo estudei e não digo li, para distinguir dos livros de cabeceira com que adormeço, ou dos que folheio nas mesas dos cafés, ou que vou lendo aos bocados por que me dão gozo.


Ao padre Fernão de Oliveira conheci-lhe as obras aquando da minha passagem, voluntária, pelo Alfeite, nas aulas-dissertações de História Marítima, em parceria com a faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, de há uns anos.
Acabei mesmo por comprar o Livro da Fábrica das Naus e o A Arte da Guerra  do Mar.
Escrito este ultimo em  sequencia da Batalha de Diu, da supremacia técnica e táctica da Armada de D. Francisco de Almeida no Golfo de Malabar e da posterior participação do padre Oliveira na expedição de D. João III ao norte de Africa, constitui o primeiro, não sei se único, tratado luso sobre estratégia naval de guerra.


Os nossos barcos, de alto bordo e com artilharia muito superior, não tiveram grande dificuldade em anular a frota mameluca, apoiada pela ‘sereníssima republica veneziana’ a quem os Portugueses estavam a estragar o negócio da pimenta.


Curiosa também a forma como os nossos guerreiros eram descritos pelo Islão, como rinocerontes (alusão às armaduras e cotas de aço) que lutavam com uma espada e uma adaga, muitas vezes de três laminas, na outra mão.

Este Aveirense foi um humanista, perseguido pelo Santo Oficio, conhecedor das tecnicas de navegação da época, os seus serviços foram disputados pelas nações emergentes do fim do seculo XVI, ensinou as primeiras letras aos filhos de João de Barros, escreveu a primeira gramática da lingua portuguesa, palmilhou os oceanos, enfim teve uma vida cheia.

O Livro da Fábrica das Naus é um impressionante tratado tecnico de construção naval, com esquemas, medidas e orientações de construção. Imprescindivel para qualquer estudo sério das navegações portuguesas e ibéricas dos seculos XV e XVI.


(1) Manuscrito existente na Biblioteca da Universidade de Leiden.

Nota: O texto em cima é meu, não é copy-paste de outros da web, pelo que as asneiras alí  escritas são minhas e por elas respondo.

sexta-feira, agosto 24, 2012

Leituras de Verão

Confesso que a literatura sul americana não faz parte das minhas preferências, excepção feita ao Jorge Amado, chego ao fim das obras com alguma dificuldade, sempre por curiosidade e raras vezes com gozo.
O LLosa não sai fora da regra do meu (duvidoso) gosto.
Há uns bons quinze anos o meu Amigo Zé Eduardo, burocrata de serviço com quem troquei longas cartas escritas à moda antiga nos idos oitenta, ele jovem advogado, depois juiz e eu tirocinante de engenharia chez Renault, recomendou-me um tal Llosa com o Pantaleão e as Visitadoras, que na altura achei de escrita fresca e divertida.

Imagem da web, o meu é de edição muito anterior

Há dois anos o tal Llosa ganhava o Nobel da literatura mas eu, admito, nunca fui muito pelos prémios, Nobeis ou outros.
(O meu preferido Cardoso Pires nunca teve uma coisa dessas, o Vaillant também não, e não é por isso que deixam de ser de leitura obrigatória para gajos de gosto (duvidoso) como eu).
Acontece que na Costa Nova repousava o 'Visitadoras' e esta noite, por estar mais perto da mão, re abri-o e visitei umas quantas páginas, ao acaso.
É de facto divertido e fresco. Não alterei o meu (duvidoso) gosto, mas reconheço que o li com mais curiosidade que da primeira vez.
Não acabei, longe disso, mas vou acabá-lo e de inicio.

sexta-feira, agosto 17, 2012

Abertura da Caça 2012

No feriado, pela segunda hora da enchente, fui com o Veronique até à Cale do Ouro e encalhei três vezes (!!!).


Uma por azelhice e duas por parvoice, pois não atendi aos conselhos de um mariscador de ameijoas que me indicava o caminho correcto.


Por fim lá passei, pedindo desculpa ao mariscador pela minha teimosia e por não o ter atendido nas suas indicações.


Pena não ter ido de vespera, mas não consegui sair da empresa antes das 1900 e já não tinha tempo, maré e luz para a viagem. A frente que nos atravessou também não ajudou.


Mas, chegado aos Amigos da Vagueira, esperava-me uma muito boa caldeirada.




No fundo é isso que conta, os Amigos e a Ria.

segunda-feira, agosto 13, 2012

14 de Agosto de 1385

Nunca é demais recordar que se somos hoje um País, o devemos aos Portugueses que não aceitaram o jugo castelhano.

Aljubarrota

domingo, agosto 12, 2012

III Ruta Maritima O Cabaleiro das Cunchas

Não há que duvidar, a Galiza é um penico.

As brumas (Celtas) das Rias Baixas

Porque então insistir em navegar nas Rias Baixas?
Os (sucessivos) planos de água são excelentes, as reentrâncias, baías, abrigos, Rias , como lhes chamar(?), sub-rias(?) de que a de Aldan é exemplo, o regime de ventos,  formam um conjunto de ofertas, para quem gosta de velejar, unicos no Mundo.

Fundeio no Ilhote Arenoso, na Ria de Arosa

Se juntarmos a isto a gastronomia, o ser Galego tão semelhante ao nosso, a musica Celta e as brumas, Celtas também, temos tudo (bem, quase tudo) para umas férias perfeitas. Falta-lhe, para meu gosto, a tempertura das águas, mas, enfim, não se pode ter tudo.

Este ano participei com o Veronique na III Ruta.
Melhoraram muito os do Liceo de Bouzas na organização do evento. Uma peregrinação a Santiago tem sempre uma componente mistica, nem sempre cristã, que me agrada. Das antigas romagens celtas a Fisterra resultou, com a cristianização da peninsula, as romagens ao tumulo do apostolo, dos diversos caminhos, o Português e o Maritimo entre os outros.
Nós, Veronique, entramos já em andamento. Largamos de Biana, a cidade irmã, na terça de madrugada, directos a São Simão, onde chegamos já perto das 1500. (O Veronique, a motor, não passa dos 5 nós, enfim, é um veleiro, não é um motoreiro).
O dia seguinte reservou-nos o melhor vento de toda  a viagem. Navegamos desde Bouzas à Ria de Aldam com um Sudoeste rijo a levar o Veronique aos 8 nósitos (muito bom para um 'quilha corrida' de aço com 10 toneladas).

Sudoeste rijo e o Veronique a 'andar'

Aldam é magnífica.  A meteo aqui também  não ajudou, era suposto fundear e 'fazer horas' para entrar em Sanxenxo, e aproveitar esse facto para dar umas cabeçadas nas águas da Ria. Mas tal não foi possivel, o vento era rijo, a chuva  copiosa e a temperatura, exterior e da água também não convidavam.

Suspendemos (não à emposta, obvio) e rumamos a Sanxenxo. Já lá não amarrava desde 2001 e notei uma grande evolução, está melhor, mais aprazível.

No dia seguinte fomos para a Ria de Arosa. Fundeamos no Arenoso como no ano passado, o tempo para almoçarmos e podermos amarrar em Cabo Cruz.

Ao chegar ao Veronique pela noite, em Cabo Cruz, dei conta de uma garrafa de branco pendurada por fina guita no varandim do veleiro. Era o unico que tinha recebido tal presente.
No dia seguinte de manhã encontrei um cartão de visita no molinete de estibordo, dando-me as boas vindas à Galiza e oferecendo-se para o que fosse preciso, assinava Manuel Otero, da Corunha, e informava que tinha o seu barco
no 'pantalan' atrás do meu.

O cartão de Manuel Otero
Adensavam-se as duvidas, como as brumas que nos acompanharam.
E... fez-se luz.
Percorrendo o tal 'pantalan', estava lá o Vionta, veleiro que solicitou ajuda no inverno passado e que, com o meu primo 
Paulo fui rebocar desde o terminal Norte até ao 'pantalan' da Avela.
Foi bonito.
E a pinga, Alvarinho da marca Orvallo, que, como se sabe, é bom como o melalho.

A sexta feira foi para terrear até Santiago, meditar e botafumar.

O regresso a Bouzas foi debaixo de copioso chuveiro até à Praia da Mangueira (Praia da Barra Norte). Notar que fomos nós, os Lusos do Veronique e do Nagual, que baptizamos o ano passado esta praia como da Mangueira, nome que mereceu fortes rizadas e entusiástico apoio por parte dos nossos Amigos Galegos.

Depois da 'clausura' com o Presidente da Camara de Vigo ainda passamos por Baiona.
Baiona tem um dos dois bares do Universo que são fetiche aos meus olhos, o Peter's no Faial e o Mar e Arte em Baiona.
Mar e Arte

Depois do mais que tradicional Bombay Saphir no Mar e Arte, na madrugada do dia seguinte, rumamos a água lusas já com saudades desta quase inteira semana de Mar e de Vento nas fuças.

O regresso

Para o ano há mais.

(fotografias do Bolha e minhas)

quarta-feira, julho 18, 2012

Aqui o Cabotino vai andando

Há quem tenha ataques de caspa, de pulgas ou piolhos, de borbulhas ou, pior, de cabotinismo, de narcisismo e cretinismo.
Eu insiro-me neste ultimo grupo, o que representa muita coisa para um homem só, mas, face à minha avantajada estatura, em termos específicos, até não estou muito mal.
Gostava muito de ter em casa um Caravaggio ou um Murillo, não pelo valor que essas telas possam ter, mas pelo cabotinismo de gostar de as admirar, que as conheço dos museus que fui visitando por essa Europa e não por as encontrar na wikipédia.

Lá estou eu a ter uma recaída de cabotinismo outra vez, tenho de ir ao médico.

Não tenho Caravaggios e Murillos mas, um grande pintor da nossa terra que faz o favor de ser meu Amigo, o Julio Pires, antes de se ausentar para terras de Vera Cruz, atravessou uma fase de exercicios sobre estes dois clássicos e tenho, graças ao meu trabalho, que os paguei,  duas obras dele, variações, ao estilo Julio Pires, sobre Murillo e Caravaggio.

Julio Pires sobre Murillo

Não sendo cópias, longe disso, são trabalhos magnificos, em que o Julio apanhou o essencial dos clássicos, a luz que emana das telas de Caravaggio e a expressão do Pescador de Camarões de Murillo.

Julio Pires sobre Caravaggio

Cabotinismo outra vez e, narcisismo.

Aliás o local onde escrevo estas linhas, também a seu tempo o Boavista Radio Control, tem instalados espelhos nas paredes e no tecto.

Não acreditam ????? Nem eu.

Pois é, reli o Mishima, autor que descobri tardiamente, mas que é uma delicia de se ler.

Qualquer cabotino que se preze lê Mishima. É o meu caso.

Reli, bem, reli só o Tumulto das Ondas. Os outros virão a seguir, se tiver vista para isso, que a idade vai pesando e a vista e o tempo faltando.

(ambas as obras podem ser vistas nas paredes do solar da Boavista e (parafraseando terceiros) ainda levam como brinde um Bushmills).

sexta-feira, julho 13, 2012

A saída dos Portugueses do Indico

Claro que saímos também à força de canhão, às mãos sobretudo dos Holandeses,  depois  de termos perdido a maior parte das nossas forças navais em águas inglesas, integrados na esquadra castelhana, a Invencivel.
Os Holandeses lutavam à época com os espanhois, por força das áreas de influencia comercial, esclavagista, de especiarias e de ouro, praticamente em todo o mundo, e também na europa, nos Paises Baixos. E nós, infelizmente, naquela altura, eramos Espanha.
Mas, para além das questões militares, houve outro motivo, determinante, que ditou o declinio das forças portuguesas no indico, e essa foi uma questão que hoje se diria 'laboral'.
Os Portugueses, e os espanhois também, tinham uma prática, que se manteve quase  até aos nossos dias, de pagamento às tripulações, que era pagar-se a primeira metade no embarque e a segunda metade à chegada.
Os Holandeses, que pagavam mais  que nós, entregavam todo o soldo apenas  à chegada, a quem chegava, claro.
A mortalidade das tripulações, sobretudo nas pernadas finais das viagens, era enorme, o que implicava que os armadores quase não tinham 'despesas com o pessoal', o que fazia com que os produtos transportados pelos Holandeses pudessem ser colocados nos mercados europeus a preços muito mais competitivos que os nossos.
Mais que a bala e o canhão, foi a gestão 'manhosa' dos custos das empresas holandesas que nos arruinaram e tiraram do Indico.

terça-feira, julho 10, 2012

Avela

Circular recebida pelos sócios e emitida pela Direcção da Avela-Associação Aveirense de Vela de Cruzeiro.
(versão anotada)

"...
Exmos Associados



Carta enviada para o jornal publico depois de artigo sobre a lota velha


Um abraço


Paulo Costa
___________________________________


From: avela.direccao@hotmail.com


To: publico@publico.pt


Subject: Lota Velha - Aveiro


Date: Wed, 13 Jun 2012 18:04:36 +0100


Exmos Senhores


Foi com muito agrado que vimos um jornal como o Publico apresentar um artigo sobre a antiga lota de Aveiro e o facto de vir citada a nossa associação leva-nos a escrever-vos este mail.




... A AVELA foi constituída devido á construção da IP5 (1) e á falta de visão para o desporto e turismo náutico na região porque esta obra veio impossibilitar que os veleiros locais e visitantes que acostavam no canal das pirâmides no centro da cidade (2) ficaram impedidos de o fazer. Esta situação veio a trazer a necessidade dos proprietários de veleiros da região de se unirem e criar a Associação Aveirense de Vela de Cruzeiro (AVELA).


Tendo sido assim "empurrado" para a lota velha (3) o clube foi crescendo e actualmente ocupa dois pavilhões da lota velha e, a expensas dos sócios, construiu um pontão que neste momento é o único local disponível para atracação de veleiros de médio porte na região de Aveiro. Só não é de quase todos os tipos de veleiros devido à existência de um cabo de alta tensão (4) que impede a entrada destes como, por exemplo, a escala em Aveiro pela primeira vez do Rally de Portugal, organizado pela prestigiada World Cruising.


Aos poucos este relativo abandono da lota foi animado, durante o dia, pela presença de outros clubes náuticos além do nosso nomeadamente os Galitos (5) e outros, resultado da visão generosa da APA que tem cedido pavilhões para a sua utilização por clubes da cidade de Aveiro. Contudo esta ocupação de uma pequeníssima área da lota e a falta de locais que constituam um atractivo à população para utilizar este espaço, tem como consequência o aparecimento de marginais o que agrava a desertificacao nocturna e com consequente aumento de criminalidade.


Seria a todos os níveis desejável que em acção coordenada o Estado, a Camara de Aveiro, autoridades da Ria de Aveiro e a APA viessem a disponibilizar este espaço à população e aos clubes sendo assim do interesse de todos, população e clubes, que fosse tomada esta decisão porque embora pertença à APA, esta é uma empresa pública.


A entrega/ venda deste terreno a privados cujas características não tem condições atractivas para a construção em altura ou outra, parece-nos que vai coartar a população e visitantes de um espaço de lazer a que tem direito.


Pela Direcção da AVELA


Paulo Pinho Costa




..."

(1) A Avela foi constituída em Outubro de 1989 e a ponte do IP5 referida é de Setembro 1991, dois anos depois.



(2) O canal no centro de Aveiro é o CANAL CENTRAL, o Canal das Pirâmides é o que vai da ponte da Dubadoura, às antigas Pirâmides, hoje às eclusas


(3) As embarcações da Avela estiveram no Canal das Pirâmides até ao Verão de 2001, altura em que foi construída a 1ª fase de actual pontão, na sequencia da II Regata Arcachon-Aveiro, tendo ainda permanecido no Canal das Piramides alguns barcos por mais uns anos


(4) O cabo é de 15 KV, média tensão


(5) A Secção Náutica do Clube dos Galitos foi para o local que actualmente ocupa em 1985, na sequencia da construção das eclusas, numa altura em que a AVELA ainda não existia)

domingo, julho 01, 2012

O Veronique na Costa Nova do Prado


Fotografia da Drª Teresa Cruz Santos, feita hoje de manhã, na largada do NVV Veronique da Marina do CVCN na Costa Nova.

Aditamento:
Mercê da experiência adquirida no Canal de Mira em Janeiro passado, posso, com orgulho, informar que desta vez não tocamos no fundo.
Em contrapartida batemos, à ida, com a antena de VHF na Ponte da Barra, mas sem causar  danos na ponte.

segunda-feira, junho 25, 2012

Ainda o Rio Novo do Principe

Ainda o Rio Novo do Principe.
Tenho muito poucas fotografias desta época, esta é uma das pouquissimas.
Foi o segundo capeonato que ganhei no Rio Novo.

Da esquerda para a direita: Joaquim Modesto, Emidio Martins, Fernando Estima, mais tarde Presidente da FPR, António Magalhães, já desaparecido, e eusinho (com 16 aninhos e menos umas 10 arrobas)


Crónica de Cinema

Grande filme o "Teoria da Conspiração"
Deviam fazer-se cópias grátis e distribuirem-se essas cópias pelos fans.

Eu por acaso não sou apreciador desse filme, mas conheço quem seja.

sábado, junho 23, 2012

Novos Contos do Gin

Rio Novo do Principe



Trata-se de um troço do Vouga, já na sua fase final, antes de entrar na Cale de Espinheiro. Mandado construir no ínicio do seculo XIX pelo regente João de Bragança, chamou-se rio novo para o distinguir do velho, que corria, e corre, alí mesmo ao lado.

Nos anos 50 dois acontecimentos marcantes determinaram a sua vida, a celulose de Cacia que o sujou e as Regatas de Remo que lhe deram uma notoriedade nacional importante.
As Regatas alí realizadas rivalizavam em assistencia com as do futebol do Beira Mar.
Ser-se campeão no Rio Novo do Principe era especial, com as gentes de Aveiro nos dois quilometros de margem da pista a puxarem por nós.

Ganhei lá alguns campeonatos. Também perdi outros. Passei por lá no fim de semana passado, de regresso da fábrica e não resisti em fazer algumas fotografias.

A ultima vez que remei foi lá, com os meus Amigos Simões e Jorge Gordo.

Fui muito feliz no Rio Novo do Principe.

domingo, junho 17, 2012

Campo de Regatas de Ovar

Nota da Direcção da Avela na sequência do convite da Nado para a participação nas Regatas de Ovar:

"...
Recebi este mail e faço um desafio aos associados para participarem. Tenho a certeza que concordam que tal como desejam organizar regatas e passeios devem ter pelo menos a mesma vontade em participar nas regatas para as quais o clube e associados são convidados.
Abaixo reproduzo o convite e agradecia que informassem a direcção do número de inscritos.

..."

Decorreram com brilhantismo as Regatas da NADO no Campo de Regatas de Ovar, ao Carregal.

Respondendo ao simpático convite da NADO, a direcção da Avela exortou os associados à participação neste evento desportivo, tanto mais que alguns, mal intencionados por certo, entendiam a pouca actividade desportiva e social da associação como coisa nefasta.

Lamentavelmente, ao que sabemos, nenhum dos veleiros da Avela participou nestas regatas.

Claro que com o Veronique seria necessário resolver alguns piquenos problemas, como o navegar pelo Canal de Ovar até ao Carregal e passar pela ponte prof. Antunes Varela, com 9 metritos de 'air draught', nada que com alguma diplomacia e outro tanto engenho não pudesse resolver

Da minha parte mandei instalar umas lagartas no patilhão do Veronique o que, de forma claramente anti-veronique, só pode ser, o Comité de Regatas me informou não poder aceitar. Lamentável.

Solicitei, de igual modo, à Camara Municipal da Murtosa, a abertura de uma vala na Ponte Prof. Antunes Varela para eu poder subir o Canal de Ovar até ao Carregal mas,uma vez mais de forma lamentável, não obtive resposta, apesar dos meus 231 emails a solicitar este  tão simples trabalho.

Pensei então instalar umas dobradiças no mastro, aproveitando a ideia dos meus Amigos do Baccus, mas tive igualmente má sorte, só mas poderiam aplicar daqui a dois meses.

Falhei assim a Regata do Carregal organizada pelos nossos Amigos da Nado.

Mas da próxima não falharei, terei atempadamente tudo tratado, já mandei mais 154 emails para a Murtosa e 212 para o estaleiro das dobradiças, a solicitar condições para a participação do meu gracioso veleiro nestas Regatas.



Aspectos animados da Regata a que faltei no Campo de Regatas de Ovar
(Fotos gentilmente gamadas do blog da NADO)

sábado, junho 16, 2012

Os ultimos dias

O Remo e o desporto de competição ensinaram-me muitas coisas. A primeira das quais a lealdade e o respeito pelos outros.
Um dia fui campeão nacional com uma vantagem tal sobre o segundo que o nosso timoneiro se levantou e, de pé, cortou a meta.  Ele e nós.
O resultado foi um castigo que todos tivemos, justo, por desrespeito aos adversários.

Mas o Remo, o desporto, foi uma opção voluntária, não fomos obrigados a 'puxar pela tábua', andámos lá por que o elemento 'água' nos era vital, era isso mais que tudo que nos fazia viver.

Não fomos para o Remo porque  fossemos a isso obrigados mas porque a Ria era para nós o sangue e o sal que nos corria nas veias.

Os meus adversários, do Caminhense, do Fluvial, da ANL e dos outros eram, foram e ainda são meus Amigos.

Respeitamo-nos, ouvimo-nos e compreendemo-nos, algumas vezes não concordando. Mas o que nos une é muito mais forte, é o Mar, é a Ria, são os barcos.

Entendem-me? Espero que sim.

Hoje fui visitar um Amigo a enterrar. Fui porque era, é, meu Amigo, não porque as regras mo obrigassem.
E por duas vezes, que me lembre, discutimos forte.
Mas, mais forte que as palavras amargas era a Ria e o Mar, e a Amizade que o Mar e a Ria criam.

Tenho saudade do meu Amigo.

quinta-feira, junho 14, 2012

Eu e a AVELA

Utilizo este meio para informar os sócios da Avela que eu, João Madail Veiga, sócio da Avela com todas as contas regularizadas com a Associação e com provas dadas de dedicação e trabalho ao Clube, não apoio a actual direcção, nas pessoas do Dr. Pinho Costa e Engº Romão Machado, pelo que a Avela não contará com qualquer colaboração, por pequena que seja, da minha parte.

 Manter-me-ei naturalmente como sócio, pagarei atempadamente, como habitualmente, todas as minhas contas  e farei como a maioria dos sócios, utilizarei, dentro da prática regulamentar, o pontão do clube.

quinta-feira, junho 07, 2012

A demissão do momento, a do Sr. Veiga, isto é, eu.

Troca de galhardetes no fb, hoje de manhã, na sequência da minha demissão de 2º Vogal da Direcção da AVELA - Associação Aveirense de Vela de Cruzeiro.
Para memória futura, como soi dizer-se:
Hoje recebi a comunicação do pedido de demissão do Veiga de segundo vogal da nossa direcçãoque obviamente aceitei. Por solidariedade informei os restantes elementos da direcção que iria fazer o mesmo, o que acabei por não fazer, após a reunião com outros elementos da direcção e sócios. É sempre com pena que vemos abandonar o nosso grupo um elemento como o Veiga: leal, coerente e amigo do seu amigo. Muitas das actividades da AVELA têm o seu cunho pessoal que esperemos que continue a participar e organizar eventos como antes.


· · · há 10 horas através de MyPad for iPad:

    • Vitorino Madaleno Alguma razão em especial? tem alguma coisa a aver com o Miguel relvas ou a demissão daquela menina jornalista do Público que é nossa amiga a Maria José que acompanhava aqueles eventos de outros tempos, tempos do passado claro... Paulo aprende com o Coelhinho e aguenta a capoeira rs rs rs.
      há 10 horas ·

    • João Júdice Pargana Notícia já previsível. Resta saber quem será o próximo!!
      há 10 horas ·

segunda-feira, abril 30, 2012

O Movimento Termalista

1-As origens

São remotas as origens do movimento termalista, remontando mesmo ao tempo dos faraós. São conhecidos vestígios de fontanários no antigo Egipto junto às pirâmides, onde os faraós se banhavam em leite de burra temperado com rum e sumo de ananás, numa bebida que ficaria, séculos mais tarde, conhecida por pinha colada.
Esta bebida, óptima no tratamento de joanetes de que os antigos egípcios sofriam muito, não  faria no entanto grande êxito, apesar das suas propriedades curativas, por que naqueles remotos tempos ainda não tinham imaginado juntar-lhe gelo, talvez porque a técnica dos frigoríficos ainda não estivesse muito desenvolvida.

Os romanos herdaram a tradição egípcia, fundando termas por tudo quanto era sitio conhecido naquela época, sobretudo no entanto em Roma, circundada de fontanários por todos os lados. Naquele tempo era fácil chegar às termas porque, apesar dos GPS ainda estarem nos seus primeiros tempos, os termalistas não se perdiam, bastava-lhes tomarem uma estrada, qualquer que ela fosse, porque, como se sabe, todos os caminhos vão dar a Roma.
Os romanos sofriam muito de unhas encravadas derivado das sapatilhas que usavam, as caligae, de técnica sapateira  muito deficiente. As termas mais usadas eram assim aquelas que se adequavam aquele mal dos pés. Foram assim criadas as famosas termas de pizzas e lasanhas, muito frequentadas pela sociedade romana da mais fina estirpe.

2 – Em Portugal
Os portugueses sempre foram grandes entusiastas do movimento termalista, até porque sempre sofreram das mais variadas maleitas, tais como espondilose, queda de cabelo, bicos de papagaio e penariços, tudo doenças facilmente tratadas em qualquer fontanário digno desse nome.

O nosso primeiro rei, Afonso Henriques, fundou e frequentou as termas de São Pedro do Sul, famosas na vitela de Lafões com tinto do Dão, trazendo para a simpática vila beirã toda a corte, cortezãs, éguas e cabras, fundamentais para a saúde sexual dos portugueses e portuguesas de então.
D.José e o seu primeiro ministro também frequentavam várias termas, das quais destacamos as famosas termas de Palmela com o queijo de Azeitão e o Moscatel roxo, grandes remédios para a gota e para o reumatismo.

3 -A Actualidade

Ficaram celebres  as visitas do grande António Silva às termas do Cartaxo, estas apropriadas aos tratamentos das enxaquecas e penariços.
Os portugueses agora frequentam mais as termas do Alto Douro que se tem especializado nos últimos tempos e criado fantásticos fontanários.

Eu próprio ainda há pouco fiz umas termas em Chaves onde constatei a excelência do seu presunto, das suas postas de carne e dos seus enchidos. O tratamento faz-se à vontade do doente, sendo apenas necessária a apresentação da prescrição médica, que pode, no entanto, em grande tradição termalista, ser conseguida na altura. O sr Padre Fontes, por exemplo, nas termas de Chaves, pode facultar aos seus pacientes, a devida e necessária prescrição dos tratamentos s efectuar.
Também muito conhecidas e frequentadas as termas galegas de Baiona onde se podem encontrar múltiplos e variados fontanários, ricos em Ribeiro, polvo à galega e variado de marisco, especialmente indicados para as maleitas dos pés, sobretudo os joanetes.

Mais perto de Aveiro, óptimas para as doenças do forno intimo, temos as termas da Mealhada, tinto bruto e leitão assado e meio copinho de agua ao fim da tarde, bebido às escondidas e de olhos fechados para custar menos.
Espero desta forma ter contribuído para um maior esclarecimento do que é o movimento termalista e dessa forma tornar as vidas dos meus amigos mais fáceis e mais gradáveis.

O autor destas modestas linhas de regresso das termas do Algarve, em navegação solitária e desprovido das vaidades habituais.


Texto do autor editado no Paskim

sexta-feira, abril 27, 2012

Em busca do Achar Perdido

A história que agora conto tem o seu inicio durante os Festivais da Figueira da Foz.
Não era só cinema que por lá se via, também se ia ao ‘Escondidinho’, portentoso restaurante goês do Sr. Rodrigues, onde se comia a melhor bibinka, os melhores paparis, os portentosos caris, enfim, tudo manjares do melhor, com óptima entrada e pior saída.

O ‘Escondidinho’ do Sr. Rodrigues tinha um preparado de limão, em que uma  só colher de chá temperava toda uma travessa de arroz, dando-lhe um aroma fresco e diferente. Era o Achar de limão.
Tentei várias vezes que o Sr. Rodrigues me desse a receita do achar, mas ele era peremptório, a receita do achar só podia passar da boca de um goês para o ouvido de outro goês, e como eu não era, nada feito, não ma podia dar, podia ceder-me alguns frascos da deliciosa iguaria, mas a receita não, que tirasse dali a ideia.

Corri os livros de culinária, achei algumas receitas, mas nada parecido com o sabor do achar do Escondidinho da Figueira da Foz.
Fui às lojas gourmet tentar encontrar uns frasquinhos do dito achar e achei, mas, uma vez mais, nada do sabor original da Índia Portuguesa.

Uma vez, trabalhava eu na altura na Renault em Cacia, e um colaborador meu timorense, ainda parente do Xanana, sabendo do meu gosto pelo achar de limão, disse-me que a mãe o fazia muito bem, e quis-me oferecer um boiãozinho, mas receita népias, eu não era goês.
No dia aprazado o meu timorense apresentou-se na empresa com um ar pesaroso, a mãe não tinha achar de limão feito, parece que demora uns meses a preparar, mas tinha um achar de marmelo que, segundo ele, nada ficava a dever ao de limão.

Tudo bem, vou experimentar. E fiquei com o frasco.
O frasco era daqueles de Tofina, com tampa roscada de plástico, que, naquele caso, estava partida, deixando o delicioso aroma sair para todo o ambiente.

Fiz a viagem de Cacia para Aveiro com o frasco de achar de marmelo no carro, com um cheirinho tal que, só com ele, com o cheiro, malhei três finos até chegar a casa. Imaginem o resto.
O achar de marmelo não era de limão, mas era de facto muito bom. Durou vários meses até  a Dª Julia, empregada lá de casa à época, se lembrar de fazer um frango guisado com aquele restinho de tempero que estava no frigorifico. O frango ficou bom, mas o restinho de achar de marmelo foi-se.
E a saga da busca do achar de limão continuou, infrutífera.

Este Verão, um amigo moçambicano, em conversa comigo, teve conhecimento daquele meu gosto e, apesar de eu não ser goês (e ele era apenas arraçado de goês), dentro de grande clandestinidade, deu-me a receita que de imediato testei, com excelentes resultados, muito excelentes resultados, diga-se.
Neste momento já sei fazer achar de limão e faço-o com maestria.
Para manter a tradição, no entanto, a receita só pode passar da boca de um cagaréu para o ouvido de outro cagaréu. Essa é que é essa.

O autor destas modestas linhas absorto na leitura desse monumento da literatura universal e do conhecimento humano, logo após Kant e Heideger, o Camasutra.



(estória do autor publicada no Paskim)

quarta-feira, março 21, 2012

Nova Época

O NVV Veronique, atracado na Marina da Avela na Lota Velha, à espera de que o lavem e escovem, o ponham (mais) bonito. Grandes Velejadas e Navegações se aproximam.
Já atestei o paiol do tinto e o do chaimpain, bem como o da água das pedras, o mais fácil, pois leva apenas um quartilho. Falta o dos presuntos, o do queijo e o dos paios.

segunda-feira, março 19, 2012

Sugestões

Caro Dr Gaspar,
Tendo conhecimento que VEXA anda atribulado a contar os tostões e, já com a imaginação esgotada, pouco mais lhe lembrando para taxar, aqui deixo o meu modesto contributo, rebuscado na gaveta da memória, para VEXA e o estado poderem sacar mais uns cobres à rapaziada.



(foto sacada ao FB de CMS)

segunda-feira, março 05, 2012

Xuntanza


Aí está um nome engraçado para a gente se juntar, uma Juntança, ou, em Galego, uma Xuntanza.
À Juntança foi servido um cozido Galego, versão local do Cozido à Portuguesa, acompanhado por um tinto estaleiro e arrematado por umas aguardentes medicinais, medixinais em Galego.

quinta-feira, março 01, 2012

Da web

"...
OPTIMISMO! OPTIMISMO!

Já não era sem tempo!
Finalmente, notícia que nos permite sentir algum orgulho...

Um estudo recente conduzido pela Universidade Técnica de Lisboa mostrou que cada português caminha em média 440 km por ano.
Outro estudo feito pela Associação Médica de Coimbra revelou que, em média, o português bebe 26 litros de vinho por ano.

Conclusão:

Isso significa que o português, em média, gasta 5,9 litros aos 100km, ou seja, é económico!
Afinal, nem tudo está mal, neste País!
..."

Comentários:
Por um lado a estatistica deixa-me contente, pois o meu carro também está nos 5,9 l/100Km.
Mas, se a média é essa, e eu contribuo com uns miseráveis 376 litros por ano e só caminho para aí uns 25 km, 20 vá, isto quer dizer que, da minha parte, estou ao nível das antigas Berliet e existem muitos Portugueses que só bebem água. Eis um case study interessante para uma tese de doutoramento.

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Barra de Santa Maria

Em solitário, depois de ter sido corrido das amarrações de Olhão e de ter estado fundeado na Culatra

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Este sim...


Quando do lançamento deste livro escrevi umas coisas sobre ele, que mantenho e sublinho.
O livro está bem escrito e dá-nos a conhecer melhor os barcos da nossa Ria. Não é gongórico e adjectivado como outros e merece, com mérito, lugar de destaque na minha biblioteca, mas também nas publicas e nas de cada um de nós.
Grande obra esta.