Claro que saímos também à força de canhão, às mãos sobretudo dos Holandeses, depois de termos perdido a maior parte das nossas forças navais em águas inglesas, integrados na esquadra castelhana, a Invencivel.
Os Holandeses lutavam à época com os espanhois, por força das áreas de influencia comercial, esclavagista, de especiarias e de ouro, praticamente em todo o mundo, e também na europa, nos Paises Baixos. E nós, infelizmente, naquela altura, eramos Espanha.
Mas, para além das questões militares, houve outro motivo, determinante, que ditou o declinio das forças portuguesas no indico, e essa foi uma questão que hoje se diria 'laboral'.
Os Portugueses, e os espanhois também, tinham uma prática, que se manteve quase até aos nossos dias, de pagamento às tripulações, que era pagar-se a primeira metade no embarque e a segunda metade à chegada.
Os Holandeses, que pagavam mais que nós, entregavam todo o soldo apenas à chegada, a quem chegava, claro.
A mortalidade das tripulações, sobretudo nas pernadas finais das viagens, era enorme, o que implicava que os armadores quase não tinham 'despesas com o pessoal', o que fazia com que os produtos transportados pelos Holandeses pudessem ser colocados nos mercados europeus a preços muito mais competitivos que os nossos.
Mais que a bala e o canhão, foi a gestão 'manhosa' dos custos das empresas holandesas que nos arruinaram e tiraram do Indico.
1 comentário:
Tal como os ingleses, nunca tiveram grandes escrúpulos; efectivamente, foi sempre a veia mercantilista que os safou... a ambos.
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