"... Pois nós que brigamos com o Mar, oito a dez dias a fio numa tormenta, de Aveiro a Lisboa, e estes que brigam uma tarde com um toiro, qual é que tem mais força ?.."
sábado, julho 07, 2007
Nas Termas
A minha ultima ida à termas, neste caso às da Figueira da Foz. Optimas águas, aquelas.
Vinho cor do dia vinho cor da noite vinho com pés púrpura o sangue de topázio vinho, estrelado filho da terra vino, liso como uma espada de ouro, suave como um desordenado veludo vinho encaracolado e suspenso, amoroso, marinho nunca coubeste num copo, num canto, num homem, coral, gregário és, e quando menos, mútuo.
O vinho move a primavera cresce como uma planta de alegria caem muros, penhascos, fecham-se os abismos, nasce o canto. Oh tú, jarra de vinho, no deserto com a saborosa que amo, disse o velho poeta. Que o cântaro do vinho ao peso do amor some seu beijo.
Amo sobre uma mesa, quando se fala, à luz de uma garrafa de inteligente vinho. Que o bebam, que recordem em cada gota de ouro ou copo de topázio ou colher de púrpura que trabalhou no outono até encher de vinho as vasilhas e aprenda o homem obscuro, no ceremonial de seu negócio, a recordar a terra e seus deveres, a propagar o cântico do fruto.
Para ti João um poema que li um dia numa taberna por aí.....
Lembra-te que quatro copos fazem um litro e que dois litros fazem uma rodada. Duas rodadas uma discussão e uma discussão uma briga. Uma briga, uma pancadaria e uma pancadaria dois policiais.
Um juiz , um escrivão e um oficial de justiça efetuam uma multa ou alguns dias de prisão, mais as despesas do processo. As despesas levam à ruína, a ruína ao suicídio, o suicídio à morte. A morte deixa viúvas alegres e lindas mães satisfeitas.
Fora isso, vem aqui, bebe moderadamente, pagua honradamente e sai amigavelmente.
Volta para a tua casa tranquilamente e beija com carinho a tua mulher pensando nas dos outros.
ahahahhahhaha (Este riso é o meu já não faz parte do poema)
Não parece, mas sou dono de uma vastissima cultura, de que destaco uma extensa biblioteca, toda lida, de 'Ginas', 'Playboys', 'Vilhenas', 'A Bola', 'Jornal do Incrivel' e muitas outras publicações de grande impacto e importancia e de que agora infelizmente não me lembro. Para além disso conto numerosas intervenções em patusacadas, jantares, churrascadas, caldeiradas, todas aplaudidas de pé com ovações estrondosas que incharam à exaustão o meu ego. Conto ainda com publicações em diversos periódicos, de destaco 'O Diário do Repolho', ' O Trombeta da Quinta do Gato' e mesmo o famoso 'Clarim de Alquerubim'. Como vêm, o meu vastissimo CV, que inclui a inevitável licenciatura e inscrição na Ordem do ministro Lino, a leitura aturada de publicações culinárias, despachos ministeriais sobre a Ria da minha terra (de muito luxo estes ultimos), é de uma riqueza só comparavel aos ilustres pares da Républica, comendadores e, quiçá mesmo, alguns electricistas de segunda.
8 comentários:
Convém começar já a preparação psicológica...
coitados...
Sim! O ar meio adoentado que apresentam, até mete dó...
Vinho cor do dia
vinho cor da noite
vinho com pés púrpura
o sangue de topázio
vinho,
estrelado filho
da terra
vino, liso
como uma espada de ouro,
suave
como um desordenado veludo
vinho encaracolado
e suspenso,
amoroso, marinho
nunca coubeste num copo,
num canto, num homem,
coral, gregário és,
e quando menos, mútuo.
O vinho
move a primavera
cresce como uma planta de alegria
caem muros,
penhascos,
fecham-se os abismos,
nasce o canto.
Oh tú, jarra de vinho, no deserto
com a saborosa que amo,
disse o velho poeta.
Que o cântaro do vinho
ao peso do amor some seu beijo.
Amo sobre uma mesa,
quando se fala,
à luz de uma garrafa
de inteligente vinho.
Que o bebam,
que recordem em cada
gota de ouro
ou copo de topázio
ou colher de púrpura
que trabalhou no outono
até encher de vinho as vasilhas
e aprenda o homem obscuro,
no ceremonial de seu negócio,
a recordar a terra e seus deveres,
a propagar o cântico do fruto.
Pablo Neruda
Para ti João um poema que li um dia numa taberna por aí.....
Lembra-te que quatro copos fazem um litro e que dois litros fazem uma rodada.
Duas rodadas uma discussão e uma discussão uma briga.
Uma briga, uma pancadaria e uma pancadaria dois policiais.
Um juiz , um escrivão e um oficial de justiça efetuam uma multa ou alguns dias de prisão, mais as despesas do processo.
As despesas levam à ruína, a ruína ao suicídio, o suicídio à morte.
A morte deixa viúvas alegres e lindas mães satisfeitas.
Fora isso, vem aqui,
bebe moderadamente,
pagua honradamente
e sai amigavelmente.
Volta para a tua casa tranquilamente
e beija com carinho a tua mulher
pensando nas dos outros.
ahahahhahhaha (Este riso é o meu já não faz parte do poema)
leiam esta quadra..não é que se encaixa como uma luvita ao veiguinha?????
Da vida sábia e sem perda
Melhor exemplo não topo
Que um livro na mão esquerda
E na mão direita um copo.
LIVRO? SÓ SE FOR DE CULINÁRIA!!! AH AH AH AH AH AH!!!
Não parece, mas sou dono de uma vastissima cultura, de que destaco uma extensa biblioteca, toda lida, de 'Ginas', 'Playboys', 'Vilhenas', 'A Bola', 'Jornal do Incrivel' e muitas outras publicações de grande impacto e importancia e de que agora infelizmente não me lembro.
Para além disso conto numerosas intervenções em patusacadas, jantares, churrascadas, caldeiradas, todas aplaudidas de pé com ovações estrondosas que incharam à exaustão o meu ego.
Conto ainda com publicações em diversos periódicos, de destaco 'O Diário do Repolho', ' O Trombeta da Quinta do Gato' e mesmo o famoso 'Clarim de Alquerubim'.
Como vêm, o meu vastissimo CV, que inclui a inevitável licenciatura e inscrição na Ordem do ministro Lino, a leitura aturada de publicações culinárias, despachos ministeriais sobre a Ria da minha terra (de muito luxo estes ultimos), é de uma riqueza só comparavel aos ilustres pares da Républica, comendadores e, quiçá mesmo, alguns electricistas de segunda.
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