De saída do Sileiro, pouco depois reentramos em águas portuguesas, no paralelo do Forte da Ínsua, altura que se aproveita para baixar as bandeiras de cortesia, galega e castelhana.
São logo outros ares, com
Moledo e a Serra de Arga a nascente.
Doutra vez, a primeira em que
entrei no Lima, por volta de Montedor, liguei para a marina de Viana pelo VHF a
pedir auxilio para arribar à marina.
Respondeu-me um colaborador,
de quem viria a tornar-me amigo, que me disse para quando já estivesse no rio,
voltar a ligar, que me orientava a manobra.
Uma horita depois, já no Lima,
voltei a ligar e o diálogo foi como a seguir se descreve:
-- Está a ver uma ponte ?
Claro, estava à minha frente,
na minha proa, a ponte Eiffel que liga Viana à margem Sul, a Darque.
--Sim, estou a ver, respondi.
-- Então venha até aqui que
nós levantamos a ponte para o sr entrar.
(eh pá, como é que aqueles
gajos vão levantar a ponte, aquilo é enorme, aquilo é muito pesado)
Rapidamente percebi que a
ponte a que eles se referiam não era a Eiffel mas uma pequena ponte móvel que
dava entrada para a marina.
Já amarrados rimo-nos um
bocado, um bom bocado, com a minha ignorância/aselhice.
Ficamos amigos e, quando passo
por Viana, temos sempre uns dedos de conversa e trocamos uns copos de verde.
Eu falei apenas uma vez com o
sr Georg, ainda ele estava amarrado no canal das Pirâmides em Aveiro mas, pelos
escritos e livros que dele herdei, dá para saber ter sido uma pessoa muito
interessante e culta.
Ainda em Viana, mas em sentido
Norte, bati numa escolho ao largo de Montedor, pelas quatro da manhã.
Aselhice pura.
O rumo a direito de Aveiro
para o cabo Sileiro, à entrada de Baiona, passa por cima do farol. É costume deixar a embarcação abater um pouco
para Oeste para evitar o farol e os escolhos. Por aselhice não abatemos o
suficiente e, pelas quatro da manhã, um estrondo no casco alertou-nos.
Valeu o Veronique ser de aço e
o incidente não ter provocado mais que uma pequena falha no anti vegetativo.
De qualquer forma fizemos a
inspeção possível àquela hora e sem grande luz, para decidir se continuávamos para
Baiona se arribávamos a Viana. Decidimos continuar e, já em Baiona, uma
inspeção mais cuidada ao casco mostrou a solidez do Veronique.
Sem comentários:
Enviar um comentário