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no ultimo fim de semana, para variar, fui para o Mar. O Mar, como já disse, é o principio e o fim de tudo, ou, como diria o nandinho, "..deus ao mar o perigo e o abismo deu, mas foi nele que espelhou o céu..."
no ultimo fim de semana, para variar, fui para o Mar. O Mar, como já disse, é o principio e o fim de tudo, ou, como diria o nandinho, "..deus ao mar o perigo e o abismo deu, mas foi nele que espelhou o céu..."
sábado, ao fim da tarde, larguei em direcção à baía
de s.jacinto, onde fundeei e dormi.
Domingo às sete levantei-me, tomei um bom pequeno almoço, VHF no canal 8 (o canal das traineiras) e...
Domingo às sete levantei-me, tomei um bom pequeno almoço, VHF no canal 8 (o canal das traineiras) e...
--- aqui embarcação de recreio
Veronique chama mestre costeiro para informação metereologica..crrrr
--- responde navio motor Mestre Ribau,
diga Veronique...crrrr
--- mestre, estou à saída da barra de
Aveiro, pretendo navegar até à Galega ou até Matosinhos, como está o Mar aí
fora? crrrr (aqui sou eu a perguntar)
--- pode entrar à vontade, o Mar está
bonançoso de sudoeste e com vento do mesmo quadrante força 2, terminado, diga
se ouviu . crrrr
( o crrrr é o barulho que o VHF faz no
fim da transmissão)
--- obrigado mestre, já agora como se
chama ? crrrrr
---- Alcino Monteiro do motor
"Mestre Ribau" crrrr
--- obrigado mestre, aqui é joão madail
veiga do veleiro Veronique. Boa pesca e boa navegação crrr
---- boa navegação para vocês também,
terminado crrrr
Ainda dentro da Ria, a cerca de meia milha
da barra, de binóculos, constatei que efectivamente o mar estava bonançoso.
Esqueci-me porém da fortíssima corrente que ali se fazia sentir, a meio da
maré, na maior força da vazante, cerca de 4 nós ( 4 x 1,852 km/hora ).
No meio da corrente, mesmo à saída da
Barra, apanhei 5 ondas de quatro metros que testaram o Veronique, e de que
maneira !!!!
O veleiro galgou a primeira parede de
agua, vacilou lá em cima e disparou em direcção ao centro da terra, mergulhou a
proa completamente dentro de agua e saltou fora, como uma baleia a respirar, com grandeza.
Tudo saltou dentro daquele barco, garrafas
pelo ar, instrumentos aos tombos, enfim, um pandemónio.
A barra é a de Aveiro, mas foi numa entrada, também com SW e vazante rija.
Era impossível reentrar naquela barra.
Coloquei então a hipótese de rumar a norte, a leixões, onde a quase
inexistência de correntes torna a barra muito fácil.
Não foi necessário, o Mar estava mesmo
bonançoso, era só ali que estava complicado. Liguei aos pilotos da barra pelo
canal 14, que me sossegaram, as previsões eram muito boas, era só esperar pela
mudança da maré, que o Mar baixava logo na entrada da barra. Eram 8 e 30 da
manhã.
Esperei a mudança da maré, às 11h20, e
reentrei por volta das 13 com o Mar como a Ria, muito calmo...enfim, para contar aos
netos.
Entretanto para gozar aquele Mar
delicioso fui até ao largo da praia da Torreira, cerca de 8 milhas ao norte, com pouco
vento e ondas de 2 metros, mas muito
largas.
espero que a história trágico marítima vos tenha, pelo menos distraído, e, desta vez, seja inteligível.
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