segunda-feira, abril 30, 2012

O Movimento Termalista

1-As origens

São remotas as origens do movimento termalista, remontando mesmo ao tempo dos faraós. São conhecidos vestígios de fontanários no antigo Egipto junto às pirâmides, onde os faraós se banhavam em leite de burra temperado com rum e sumo de ananás, numa bebida que ficaria, séculos mais tarde, conhecida por pinha colada.
Esta bebida, óptima no tratamento de joanetes de que os antigos egípcios sofriam muito, não  faria no entanto grande êxito, apesar das suas propriedades curativas, por que naqueles remotos tempos ainda não tinham imaginado juntar-lhe gelo, talvez porque a técnica dos frigoríficos ainda não estivesse muito desenvolvida.

Os romanos herdaram a tradição egípcia, fundando termas por tudo quanto era sitio conhecido naquela época, sobretudo no entanto em Roma, circundada de fontanários por todos os lados. Naquele tempo era fácil chegar às termas porque, apesar dos GPS ainda estarem nos seus primeiros tempos, os termalistas não se perdiam, bastava-lhes tomarem uma estrada, qualquer que ela fosse, porque, como se sabe, todos os caminhos vão dar a Roma.
Os romanos sofriam muito de unhas encravadas derivado das sapatilhas que usavam, as caligae, de técnica sapateira  muito deficiente. As termas mais usadas eram assim aquelas que se adequavam aquele mal dos pés. Foram assim criadas as famosas termas de pizzas e lasanhas, muito frequentadas pela sociedade romana da mais fina estirpe.

2 – Em Portugal
Os portugueses sempre foram grandes entusiastas do movimento termalista, até porque sempre sofreram das mais variadas maleitas, tais como espondilose, queda de cabelo, bicos de papagaio e penariços, tudo doenças facilmente tratadas em qualquer fontanário digno desse nome.

O nosso primeiro rei, Afonso Henriques, fundou e frequentou as termas de São Pedro do Sul, famosas na vitela de Lafões com tinto do Dão, trazendo para a simpática vila beirã toda a corte, cortezãs, éguas e cabras, fundamentais para a saúde sexual dos portugueses e portuguesas de então.
D.José e o seu primeiro ministro também frequentavam várias termas, das quais destacamos as famosas termas de Palmela com o queijo de Azeitão e o Moscatel roxo, grandes remédios para a gota e para o reumatismo.

3 -A Actualidade

Ficaram celebres  as visitas do grande António Silva às termas do Cartaxo, estas apropriadas aos tratamentos das enxaquecas e penariços.
Os portugueses agora frequentam mais as termas do Alto Douro que se tem especializado nos últimos tempos e criado fantásticos fontanários.

Eu próprio ainda há pouco fiz umas termas em Chaves onde constatei a excelência do seu presunto, das suas postas de carne e dos seus enchidos. O tratamento faz-se à vontade do doente, sendo apenas necessária a apresentação da prescrição médica, que pode, no entanto, em grande tradição termalista, ser conseguida na altura. O sr Padre Fontes, por exemplo, nas termas de Chaves, pode facultar aos seus pacientes, a devida e necessária prescrição dos tratamentos s efectuar.
Também muito conhecidas e frequentadas as termas galegas de Baiona onde se podem encontrar múltiplos e variados fontanários, ricos em Ribeiro, polvo à galega e variado de marisco, especialmente indicados para as maleitas dos pés, sobretudo os joanetes.

Mais perto de Aveiro, óptimas para as doenças do forno intimo, temos as termas da Mealhada, tinto bruto e leitão assado e meio copinho de agua ao fim da tarde, bebido às escondidas e de olhos fechados para custar menos.
Espero desta forma ter contribuído para um maior esclarecimento do que é o movimento termalista e dessa forma tornar as vidas dos meus amigos mais fáceis e mais gradáveis.

O autor destas modestas linhas de regresso das termas do Algarve, em navegação solitária e desprovido das vaidades habituais.


Texto do autor editado no Paskim

2 comentários:

Laurus nobilis disse...

Bela e elucidativa dissertação!

CPF disse...

E tantos e tão bons que andam convencidos que as termas aqui na zona são na Curia.