As minhas empresas têm um departamento de Direcção Financeira.
Por questões que se prendem com a optimização de custos e da criação de sinergias entre as estruturas, a direcção financeira é comum, isto é, a mesma pessoa responde pela gestão financeira das empresas.
E responde a quem, perguntarão os meus Amigos?
A resposta é simples, a mim.
Enquanto Gerente, esforçado, compete-me delinear as politicas a seguir, tomar as decisões do que comprar, a quem comprar, quando comprar, que investimentos fazer, que politica de compras e vendas praticar.
Isto é, a Direcção Financeira das minhas empresas executa, com grande grau de autonomia, diga-se, as politicas que a Gerência, esforçada, define.
Seria impensável que a minha dótôra economista um dia se virasse para mim e me dissesse ”..oh engenheiro, isso é comigo, eu é que digo o que vai gastar…”
Aliás até podia fazê-lo, mas eu responder-lhe-ia de imediato “…Pois olhe dótôra, a porta de saída é serventia da casa, é 6 m x 6 m, e está sempre aberta…”
Quem define e desenha os orçamentos é o Passos Coelho; o Victor Gaspar, com toda a competência que se lhe reconheça, executa as directivas do Primeiro Ministro.
Hiérarquias de responsabilidades são hiérarquias de responsabilidades.
Houve excepções, o Dr Salazar, enquanto ministro das finanças, indicou a porta de saída ao Dr Domingos da Costa Oliveira, 1º ministro de então e sabe-se o que se lhe seguiu.
O Dr Salazar morreu pobre, era inquestionável a sua honestidade nas contas pessoais, mas o seu imobilismo e a sua falta de visão condenaram Portugal a umas boas dezenas de anos de atraso.
"...Está tudo bem assim e não podia ser de outra forma..."
Salazar, Discursos