quinta-feira, janeiro 27, 2011

Impostos

Há dias, não muitos, uma Amiga minha moura, reflectindo sobre um post que eu escrevera sobre a revolta do Minho contra a portagem nas scuts, dizia que não se sentia minimamente inspirada para pagar com os seus impostos estas estradas, que ela não utilizava.

Tudo bem, é uma opinião.

E então eu tenho de estar inspirado para pagar os milhões largos de prejuízo que dão as companhias de travessia do Tejo? Eu nunca as usei, nem penso usar, e também são os meus impostos que as pagam.
E pergunta-se, é justo, ou melhor, admissível, o prejuízo deste tipo de empresas, scuts, Metro e Carris de Lisboa, ou transportes fluviais?

Pensemos num exemplo que conheço, o ferry de São Jacinto.
São Jacinto é uma freguesia de Aveiro que por estrada dista da sede do concelho mais de 50 Km, sendo que de barco dista apenas 15 minutos de viagem.
Fiz as contas, só ao combustível gasto pelo ferry em cada travessia, e nem com todos os lugares de carros ocupados esse custo era superado.
Que fazer então, aumentar as tarifas para os valores comerciais?
Penso que é um dos custos sociais que devem ser suportados por todos nós, na forma de impostos. É importante garantir o transporte a uma população isolada, quase numa ilha. Uma empresa que necessitasse desse lucro nunca sobreviveria a fazer travessias do Forte da Barra para São Jacinto.

Se a lógica da Transtejo for a mesma, não me custa aceitar os milhões de prejuízo que apresenta.
Também me parece justo que o erário publico sustente, parcialmente, o Metro, a Carris e outros serviços de função social.
Custar-me-á admitir que tenham, não sei se têm, gestores pagos a ouro.
Mas custos de exploração operacional pagos com os nossos impostos, para mim é pacifico de aceitar.

Mas então, aceitando isso, e pela mesma lógica, porque aceitar a argumentação moura de não quererem pagar as scuts que não utilizam???
E perguntam VEXAS que tem este post a ver com o Mar?
Fácil, está bom de ver, este país e este post estão a ir ao fundo....

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