Teste
MAR ADENTRO Ventosga
"... Pois nós que brigamos com o Mar, oito a dez dias a fio numa tormenta, de Aveiro a Lisboa, e estes que brigam uma tarde com um toiro, qual é que tem mais força ?.."
quarta-feira, junho 12, 2024
sexta-feira, dezembro 23, 2022
Dois - Ainda Viana
De saída do Sileiro, pouco depois reentramos em águas portuguesas, no paralelo do Forte da Ínsua, altura que se aproveita para baixar as bandeiras de cortesia, galega e castelhana.
São logo outros ares, com
Moledo e a Serra de Arga a nascente.
Doutra vez, a primeira em que
entrei no Lima, por volta de Montedor, liguei para a marina de Viana pelo VHF a
pedir auxilio para arribar à marina.
Respondeu-me um colaborador,
de quem viria a tornar-me amigo, que me disse para quando já estivesse no rio,
voltar a ligar, que me orientava a manobra.
Uma horita depois, já no Lima,
voltei a ligar e o diálogo foi como a seguir se descreve:
-- Está a ver uma ponte ?
Claro, estava à minha frente,
na minha proa, a ponte Eiffel que liga Viana à margem Sul, a Darque.
--Sim, estou a ver, respondi.
-- Então venha até aqui que
nós levantamos a ponte para o sr entrar.
(eh pá, como é que aqueles
gajos vão levantar a ponte, aquilo é enorme, aquilo é muito pesado)
Rapidamente percebi que a
ponte a que eles se referiam não era a Eiffel mas uma pequena ponte móvel que
dava entrada para a marina.
Já amarrados rimo-nos um
bocado, um bom bocado, com a minha ignorância/aselhice.
Ficamos amigos e, quando passo
por Viana, temos sempre uns dedos de conversa e trocamos uns copos de verde.
Eu falei apenas uma vez com o
sr Georg, ainda ele estava amarrado no canal das Pirâmides em Aveiro mas, pelos
escritos e livros que dele herdei, dá para saber ter sido uma pessoa muito
interessante e culta.
Ainda em Viana, mas em sentido
Norte, bati numa escolho ao largo de Montedor, pelas quatro da manhã.
Aselhice pura.
O rumo a direito de Aveiro
para o cabo Sileiro, à entrada de Baiona, passa por cima do farol. É costume deixar a embarcação abater um pouco
para Oeste para evitar o farol e os escolhos. Por aselhice não abatemos o
suficiente e, pelas quatro da manhã, um estrondo no casco alertou-nos.
Valeu o Veronique ser de aço e
o incidente não ter provocado mais que uma pequena falha no anti vegetativo.
De qualquer forma fizemos a
inspeção possível àquela hora e sem grande luz, para decidir se continuávamos para
Baiona se arribávamos a Viana. Decidimos continuar e, já em Baiona, uma
inspeção mais cuidada ao casco mostrou a solidez do Veronique.
O Inicio (espero)
Começamos em Baiona.
Baiona é talvez a mais
portuguesa das terras galegas.
É difícil, sobretudo de Verão, andar pelas ruelas e pelos bares e pelas marinas sem ouvir falar português. Da minha parte, fui muito mais vezes a Baiona de veleiro que de carro. Foram mais de dez viagens de veleiro antes da primeira vez por estrada.
Baiona é assim, celta e
mágica.
O porto de recreio do MRCY –
Monte Real Clube de Yates tem uma localização privilegiada na baia de Baiona,
na entrada da Ria de Vigo. A Norte temos as Estelas e o Monte Ferro, com a “
passagem das pedras” para o lanço que dá acesso a Vigo, a Cangas, às Cies, que abrigam a Ria do
Oceano aberto.
O Clube tem um restaurante de
acesso restrito, mas aberto aos utentes velejadores que aqui arribam. O
ambiente requintado, com toalhas e guardanapos de pano, madeiras bem
distribuídas, serviço de qualidade. Só não é o mais frequentado pela minha
tripulação porque a oferta de restaurantes em Baiona é supimpa e a minha
rapaziada prefere ambientes mais informais e frequentados.
Ultimamente temos ido amiúde ao Racuncho Mariñeiro, na rua paralela à marginal, que oferece umas muito boas tapas, "isabelinhas" e chipirones, e a preços muito simpáticos também.
Baiona foi palco de muitas e
boas estórias com as minhas tripulações, anos seguidos, com as viagens às Cies, a
Vigo, às rias mais a norte, à de Aldan e à de Arosa, que me deixaram as melhores
recordações.
Foi a Baiona que arribou
Pinzon, de regresso das Índias, como ele dizia. Numa época em que o calculo da
latitude não levantava problemas aos pilotos, enquanto Pinzon tocava os areais
de Baiona o almirante Colombo arribava ao Tejo, para se encontrar com D João
II, que estava em Azambuja, o que o levou a subir o Tejo e dar conhecimento ao
rei rival dos seus do resultado da sua viagem às “Indias”.
Pinzon dá nome a ruas e a
hotéis em Baiona, é o seu herói.
Na saída de Baiona para Sul
temos logo pela frente os ‘Lobos’, uma série de recifes e escolhos, ao largo do
cabo Sileiro, devidamente assinalados com uma boia cardinal.
De uma vez, saía com um amigo
e com rumo a Aveiro, desligamos a máquina e mareamos para SW com um vento quase
contrário. Desci à cabine, não me lembro já para quê, e o meu amigo, ao leme e
para ganhar vento, arribou ao vento, ficando com os Lobos mesmo na proa.
Chamou-me em urgência porque tínhamos um submarino a emergir mesmo à nossa
frente. Apercebendo-me de que se tratava dos Lobos, fiz leme imediatamente para
oeste, orçando, mas safamo-nos dos recifes.
Doutra vez, no mesmo local e com
o mesmo vento, falho-me a máquina e tive de regressar só com vela a Baiona,
sendo acompanhado por um outro veleiro de Aveiro, que me auxiliou na manobra de
amarrar no MRCY. Ainda hoje sou lembrado no clube por esse incidente.
domingo, maio 15, 2022
Navegar até ao Bico da Murtosa
Já há muitos anos que planeava ir com o Veronique até ao Bico, mas nunca fui, o receio de encalhar com um embarcação de 8 toneladas nuns esteiros e cales de onde dificilmente me safaria, foi sucessivamente adiando a decisão.
Finalmente, com a dragagem recente e, sobretudo, com a marcação do canal, decidi-me
Primeiro, com a lancha da Avela e com o GPS a marcar o 'risquinho' lá fomos navegando rindo, com muito vento e frio, almoçar no Restaurante do Bico.
Depois foi a vez do Veronique. Uns dias depois, já com as 8 toneladas de ferro, e com caldeirada marcada, lá seguimos.
Por ultimo com o Núcleo Duro da República Jacintal de Coimbra, em caldeirada de enguias (*) no Bico da Murtosa.
quarta-feira, janeiro 13, 2021
Uma jornada na nossa Ria
Texto de Alberto Hélio que aqui reproduzo com a devida autorização e vénia
quarta-feira, setembro 12, 2018
Romaria do São Paio da Torreira
E suspendemos para regressar ao Oudinot pelas 0030 de domingo, com apenas uma hora de enchente, mas rija.