As minhas viagens à Berlenga,
longe de se tornarem rotineiras, representam sempre um conjunto de vivências e
experiências únicas, pela presença do mar e do Vento e da sensação de se estar
sobre as ondas e de flutuarmos sobre elas.
Desta vez não foi diferente, com
a viagem a iniciar-se, como sempre, de noite, com largada de Aveiro pelas 2000,
directo à ilha mágica.
Navegar à noite tem um encanto
especial e, apesar de nos mantermos a dez milhas da costa, podemos sempre
observá-la, com as suas luzes, os seus faróis, os seus contrastes.
A noite foi de lua cheia pelo que
associámos às luzes o prateado das aguas, particularmente calmas.
A umas quinze milhas da ilha
mágica, já de dia, fomos escoltados por cinco ou seis golfinhos, que
emprestaram ao fim da viagem um encanto suplementar.
A escolta do Veronique
Pelas 1000, como previsto, fundeávamos
na enseada da Flandres, na Ilha Berlenga Grande, para pouco depois nos
deslocarmos ao restaurante do nosso amigo Arnaldo, onde almoçamos uns magníficos
peixes na brasa, em melhor companhia ainda.
No regresso pela Nazaré, com um
vento de NW de 10 nós, fez-se uma bolina folgada até a cerca de 4 milhas do
porto de abrigo, altura em que se fecharam as janelas e o vento caiu,
obrigando-nos a ligar a máquina para os últimos passos até ao finger que
acolheu o gracioso veleiro.
Da Nazaré até à Figueira não
houve história, um Norte chato e frio e um Mar trapalhão acompanharam a viagem.
Na boca da Barra da Figueira
esperava-nos o Bolha para a reportagem fotográfica.
A arribada à Figueira da Foz
Já a viagem da Figueira para
Aveiro, feita com vento WSW de 10 nós e Mar de pequena vaga, foi um luxo.
O Veronique
chegava amiúde aos sete nós e, muitas vezes, passava-os.
E se era certo que a máquina ia
ligada, tínhamos muita pressa de chegar a Aveiro, não era menos certo que ia nas
1200 rpm, isto é a meia força, porque não adiantava força-la, que não andávamos
mais por isso.
O video do Bolha, 1º grumete arvorado do Veronique
A todo o pano e a meia máquina
Ao largo da Praia de Mira